A Superintendência de Proteção à Criança e Adolescente, da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, promoveu nesta quinta-feira (10/3), uma Roda de Conversa para debater a importância de políticas públicas voltadas para meninas. A ação faz parte da programação em comemoração ao Dia Internacional da Mulher promovida pela administração municipal durante o mês de março.
O debate foi aberto pelo secretário de Direitos Humanos, Marcelo Lino, que afirmou ser preciso construir uma sociedade com, cada vez mais, equidade de gênero, igualdade de direitos e de oportunidades. “Esse recorte de pensar em políticas públicas para as meninas é muito interessante. Muitas vezes essa etapa da vida é até um pouco romantizada, vamos assim dizer. E, infelizmente, sabemos que muitas meninas estão tendo seus direitos violados. Cabe ao Estado e a sociedade construir ações, programas para atendê-las e prestar todo suporte necessário”, afirmou.
A superintendente de Proteção à Criança e Adolescente, Célia Carvalho Nahas, destacou a importância de promover esse encontro, que teve como objetivo principal fomentar o olhar para elaboração de políticas públicas e de atendimento, pensando na importância de promover o acesso das meninas a garantia de direitos, pois as diferenças de acesso às vulnerabilidades que as meninas são submetidas já começam na infância.
“Pensando que as violências que acometem as mulheres muitas vezes já têm suas bases da desigualdade estabelecidas desde a infância, é preciso criar estratégias de promover igualdade de acesso entre meninas e meninos, justamente para conseguirmos interromper esse ciclo de violência. Por isso é tão importante pensar no acesso das meninas nesse lugar”, afirmou Célia.
A palestrante convidada para a roda de conversa foi a pedagoga e estudiosa de gênero e relações étnicos raciais há mais de 15 anos, Viviane Santiago, de São Paulo. Segundo ela, meninas antes de nascerem já recebem expectativas sociais de como devem se comportar ao longo da vida. “As meninas são as mulheres no início da sua vida e quando você é menina numa sociedade androcêntrica, elas não conseguem ser ouvidas, ter um espaço, pois essa sociedade é patriarcal, tendo o homem como figura central”, destacou.
Viviane relatou que é preciso entender a urgência do diálogo sobre as meninas, para se poder criar lentes que possibilitem perceber a vida de menina, enquanto sujeito numa sociedade patriarcal e que existe um lugar delimitado a ela. “Temos um processo intenso de treino desde que éramos meninas para assumirmos um papel que já é esperado de todas nós. É desafiador ser menina e por isso é tão necessário trazer essa discussão para podermos conversar sobre sua autonomia, seus direitos a informações e a sua liberdade de escolhas”, finalizou.
Participaram da conversa representantes das secretarias municipais, além dos conselheiros tutelares do município.