Na manhã dessa terça-feira (5/10), o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, foi homenageado, pela Associação Comercial da Ceasa Minas Gerais – Acceasa, por sua indicação ao Prêmio Nobel da Paz 2021 - condecoração concedida às pessoas que se destacam por contribuições ou descobertas notáveis para a humanidade. A prefeita de Contagem, Marília Campos, acompanhada do secretário de Desenvolvimento Econômico, René Vilela, participou da homenagem.
Mineiro, natural de Bambuí, formado em engenharia agronômica pela Universidade Federal de Lavras, Paolinelli foi ministro da Agricultura (1974-1979) e liderou um movimento para a implantação da agricultura tropical brasileira. Na época, o país empreendeu um ousado e visionário salto científico e tecnológico que colocou a agricultura tropical no centro da produção de alimentos do planeta, propiciando a redução dos custos de alimentação dos brasileiros e garantindo a segurança alimentar para uma população de 1,2 bilhão de pessoas, em 190 países. A reviravolta histórica promoveu o crescimento econômico sustentado, a melhoria social, a vida mais saudável e avanços no bem-estar para as populações rural e urbana, gerando um legado de realizações que renderam ao ex-ministro a indicação ao prêmio.
No resgate que fez dos trabalhos que realizou, Paolinelli explicou que, na década de 1970, o sistema de abastecimento era controlado por atravessadores, que multiplicavam em até cinco vezes o preço da alimentação básica. “Nossa primeira providência foi trazer a Companhia Brasileira de Alimentos - Cobal para o Ministério da Agricultura, com duas missões iniciais muito claras: instalar as Centrais de Abastecimento - Ceasas, em diversas capitais e alguns centros urbanos, e organizar o sistema de formação e informação de preços, que ficou conhecido ‘pedra’, por meio do qual o produtor de Minas Gerais, por exemplo, sabe o preço que está sendo pago em um determinado produto na Ceasa de Belo Horizonte, São Paulo e outros centros consumidores”.
O ex-ministro destacou, ainda, que a Ceasa de Contagem é uma das mais importantes centrais de abastecimento do país, ficando atrás apenas da de São Paulo em volume de comercialização, "mas pela força da produção agrícola do Estado, é referência na precificação de produtos de outros mercados produtores”.
À frente do Ministério da Agricultura, ele também estruturou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, o que garantiu a atração dos profissionais que, técnica e cientificamente, promoveram a reabilitação dos solos inférteis brasileiros, permitindo a produção de fruticulturas, grãos e carnes.
Reduzindo à especulação sobre a produção de alimentos, Paolinelli liderou a maior revolução agrícola tropical da história. “Em cinco anos começamos a medir que a produtividade do Cerrado se igualava às grandes áreas produtoras do mundo, e os produtores entenderam que as mudanças eram fundamentais para ter a produção na região tropical do globo”, ressaltou.
Marília destacou a importância de todo legado do ex-ministro. “Quem produz a comida que chega nos lares das famílias, promove a paz. Em que pese o prêmio ser também reconhecimento a todo o trabalho realizado por Alysson Paolinelli, sua premiação é uma premiação ao Brasil”.
René Vilela, secretário de Desenvolvimento Econômico, concluiu destacando que a indicação já coloca Paolinelli na história do prêmio. “Não há dúvidas acerca de contribuição do ex-ministro para a autossuficiência alimentar brasileira”.
Estiveram presentes à homenagem diversas autoridades, como o deputado estadual e vice-presidente da Assembleia de Minas Gerais, Antônio Carlos Arantes, além de representantes de associações do setor agrícola.
CLIQUE ABAIXO E ACESSE A GALERIA DE FOTOS: