Alunos do 9º período do curso de Enfermagem da UNA participaram na manhã na quinta-feira (23/9) de uma ação de sensibilização no Hospital Municipal de Contagem - HMC. A iniciativa, parte da programação do Setembro Verde, é resultado de uma parceria entre as equipes de Educação Permanente e da Comissão Intra-Hospitalar- CIHDOTT do HMC. O objetivo é conscientizar colaboradores e usuários do hospital sobre a importância da doação de órgãos.
A médica Cláudia Sueli da Rocha, que em 2018 criou o CIHDOTT no HMC, destacou a importância dessa comissão, cuja finalidade é organizar, no âmbito da instituição, rotinas e protocolos que possibilitem o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes. “Dentro de um hospital a execução do protocolo de doação de órgãos envolve emoção, ciência e técnica”, alertou a médica, que se dedica também a quebrar mitos, entre eles, o que envolve religião. “Nenhuma religião proíbe os fiéis de serem doadores. Todas permitem”, assegurou a médica, que ainda faz um alerta sobre o autocuidado: “Cuide de você, cuide da sua saúde para que o seu corpo esteja saudável se você vier a ser um doador. Será a sua vida eternizada no outro. Converse hoje mesmo com a sua família. Seja você, também, um doador”.
Ledna Bettacher, coordenadora da Residência Multiprofissional e responsável pela área da Educação Continuada no HMC, afirmou que parcerias como essas são sempre muito bem vindas. Além de sensibilizar e motivar os alunos para causas ligadas à área de saúde, ainda mobilizam o cidadão, fazendo com que se tornem porta-vozes da informação e conversem com suas famílias sobre a importância da doação de órgãos.
A enfermeira Cristiane Araújo da Fonseca, professora do Curso de Enfermagem da UNA/Contagem, destacou que de uma forma geral, as campanhas publicitárias sobre doação de órgãos pouco informam e conscientizam. “Por isso, a importância desse tipo de abordagem direta com o cidadão, principalmente neste momento, quando a pandemia reduziu muito o número de doações”, afirmou, citando córneas como a que teve redução mais expressiva.
A dona de casa Alessandra Ferreira Alves, 37 anos, moradora do bairro Jardim das Oliveiras, que estava no HMC acompanhando a mãe em um exame, elogiou a iniciativa. “Eu ainda achava que para ser doador era preciso estar registrado na Carteira de Identidade. Não sabia que essa norma tinha acabado. Agora eu já sei. Basta que eu fale com meus familiares sobre esse meu desejo. É o que eu vou fazer assim que a minha mãe terminar o exame. Quando chegar em casa vou falar também com a minha filha Alexia, de 10 anos. Vou dizer a minha mãe e a minha que eu quero, sim, ser doadora pra salvar vidas.”
O que pode ser doado - Um doador pode salvar ou melhorar a qualidade de vida de pessoas que esperam pela doação de órgãos (fígado, coração, rins, pâncreas, intestinos e pulmões), tecidos (córneas, pele, ossos, tendões, válvulas cardíacas, cartilagens, medula óssea e sangue de cordão umbilical) e hemocomponentes (hemácias, plasma e plaquetas).
A pessoa, em vida, pode doar o rim, parte do fígado, parte do pulmão, medula óssea, sangue e, no parto, sangue do cordão umbilical.
A cirurgia para a retirada dos órgãos não deforma o corpo e não deixa marcas visíveis, não necessitando, portanto, de sepultamentos especiais.