Colaboradores da rede de urgência e emergência de Contagem participaram nas últimas semanas de uma série de palestras que fazem parte da campanha Setembro Amarelo: Prevenção ao Suicídio.
No Complexo Hospitalar de Contagem (CHC), entre os dias 17 a 19/9, a médica da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), Claudia Sueli Rocha, abordou a temática apresentando números relacionados ao suicídio, o conceito e como no dia a dia a pessoa pode lidar melhor com os fatores de riscos que levam a este mal considerado um problema de saúde pública.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cada 40 segundos há um suicídio no mundo e a cada três segundos uma tentativa. No Brasil, 32 brasileiros se suicidam diariamente. Partindo do slogan da campanha que “falar é a melhor solução”, a Doutora Claudia pontuou que é compartilhando os sentimentos e sofrimentos internos que é possível obter ajudar. “A prevenção está em melhorarmos nosso relacionamento com o outro. Ouvir, acolher, elogiar, ser gentil, ter paciência e, principalmente, respeitar cada um como é”.
No dia 23, quem falou para os colaboradores do CHC quanto ao assunto foi a psicóloga e suicidóloga Vivian Zicker. Ela destacou que o suicídio esta relacionado a comportamentos multifatorial (ambiente e genes) e multideterminado, sem ter claro o porquê.
Com 20 anos de experiência, a especialista apresentou que todos os sujeitos estão expostos aos eventos da vida que podem lhe trazer desesperança e tristeza: desemprego, término de um relacionamento, perda de alguém querido, entre outros. No entanto, ela ressalta que para aqueles que conseguem enxergar novas possibilidades diante destas situações e ter na balança fatores de proteção maiores (estabilidade emocional, apoio) que os fatores de risco (depressão, dependência química) lidam melhor com estes momentos.
No âmbito da prevenção, Vivian Zicker é adepta da Logoterapia do psiquiatra Viktor Frankl, o qual sugere mudar sua atitude frente a um destino inalterável. Em seu livro, o psiquiatra aconselha: “Viva como se estivesse vivendo pela segunda vez e como se a primeira vez tivesse agido tão errado como esta prestes a agir agora”.
Outro ponto sobre o tema discutido na palestra é sobre o grupo de apoio às pessoas que perdem um familiar por meio do suicídio. Segundo a psicóloga, todo autoexterminío é uma tragédia para a família, amigos, colegas e pessoas que tiveram alguma relação com o fato. Dessa forma, os grupos de apoio específicos para estes casos trabalham com a pósvenção, stress pós-traumáticos e preconceitos vividos pelos enlutados.
A UPA Vargem das Flores também realizou uma palestra sobre o tema no dia 24, fechando as atividades da Campanha Setembro Amarelo. As orientações e discussões foram feitas pela coordenadora do Núcleo da Educação Permanente, Ana Paula Reis.
Para a servidora do Hospital Municipal de Contagem e coordenadora do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), Rejane Braga, as exposições foram muito importantes para sensibilizar os colegas quanto o assunto. “Mesmo dentro de uma unidade de saúde, em que prezamos pelo bem estar do outro, muitas vezes deixamos nossa saúde de lado. Este assunto desperta para o cuidado e a busca pela ajudar diante de uma depressão e outros problemas que podem levar a esta medida extrema”.
