No dia 13 de maio de 1888, a Lei Áurea foi assinada e a escravidão extinta no Brasil. E para comemorar essa data histórica tão importante, a Comunidade dos Arturos promoveu, nos dias 11 e 12, a tradicional Festa da Abolição, que também é um movimento de luta contra o racismo.
No sábado (11), as guardas de Congo e Moçambique seguiram em cortejo até a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário e a Casa de Cultura Nair Mendes. E, no domingo (12), às 4h, a Festa da Matina com a Dança que Chama o Sol na Comunidade dos Arturos retomou a celebração que contou também com desfile dos escravos, Guardas de Congos, visitantes e encenação teatral com o grupo Arturos Filhos de Zambi, na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário. A missa conga na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário foi celebrada pelo padre Antônio Gouveia.
Jorge Antônio dos Santos, um dos organizadores do evento, destaca que é importante manter a tradição e homenagear a ancestralidade dos que foram escravizados. “Temos uma herança cultural rica e, por meio das nossas manifestações, louvamos nossos santos de devoção e lutamos contra o racismo estrutural que ainda persiste no Brasil”, ressalta.
Arturos
A Comunidade dos Arturos é uma quilombola encravada no centro de Contagem, no qual atualmente vivem cerca de 90 famílias. A comunidade foi certificada como remanescente de quilombo em 2003 e, em 2014, foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do município de Contagem e do estado de Minas Gerais. Os arturos preservam tradições dos negros que foram trazidos da África para o Brasil, por meio de festas e celebrações, como a Festa de Libertação dos Escravos, em 13 de maio, e resistem à especulação imobiliária comum aos centros urbanos.