Guardas Civis de Contagem e de mais cinco municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte estão recebendo capacitação do Grupo Unido na Ação de Resistência às Drogas (Guard) da Guarda Civil de Guarulhos (SP). O objetivo do curso de 16 h/aula é capacitar e trocar experiências em ações preventivas e de combate ao uso de drogas no âmbito de unidades escolares. Participam do curso guardas municipais de Contagem e das cidades de Betim, Santa Luzia, Congonhas, Sabará e Ibirité.
A promoção do curso realizado na Una, nesta quinta (4/4) e sexta-feira (5/4), é da Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Defesa Social, em parceria com a Gerência de Proteção Escolar, do Centro de Formação e Capacitação da Guarda Civil de Contagem e Secretaria Municipal de Educação (Seduc). O Guard foi criado em 2006 como um projeto numa primeira experiência com filhos dos guardas civis de Guarulhos. No ano seguinte, foi estendido para todas as escolas desta cidade paulista de cerca de 1,5 milhão de habitantes. O Guard é reconhecido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) como referência no Brasil em atividades de prevenção às drogas.
Ao dar boas vindas aos guardas e representantes da Polícia Militar de Minas Gerais e Seduc, o secretário municipal de Defesa Social, Décio Camargos, destacou o empenho das pessoas que foram conhecer e trouxeram a experiência do Guard, como o supervisor do Projeto Proteção Escolar de Contagem, Arlindo Junior, e do comandante da Guarda Civil de Contagem, Levi Sampaio. “Que o curso possa multiplicar e somar não para nós de Contagem e cidades vizinhas a experiência de Guarulhos em atacar pela raiz o mal advindo das drogas”, disse Camargos.
Entre os participantes do curso, estava a comandante da Guarda Civil da cidade de Pedro Leopoldo, Gislane dos Santos Costa, que comanda o trabalho de 27 guardas deste município. “Embora com um contingente pequeno de guardas, a nossa expectativa é levar e multiplicar o projeto do Guard/Guarulhos, implantando um similar junto em nossas escolas”, disse a comandante ao informar que os casos de drogas que chegam à Guarda Civil são encaminhados para o Conselho Tutelar local.
Como explicou o coordenador do Guard de Guarulhos, Washington Luiz, este programa aborda aos estudantes na faixa de 9 aos 11 anos de idade, além dos aspectos preventivos, os direitos e deveres preconizados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); a valorização da auto-estima; preconceitos de gênero e racial; pressão da mídia e redes sociais e de grupos; e ciber bullying, além de valores para a vida toda.
“Quando vemos que há um estudante ou um membro na família dependente de drogas, o caso é encaminhado para o CAP’S AD da Prefeitura local”, relatou o guarda Osvaldo Ferraz, que também atua na gestão do Guard. Sobre o massacre que houve recentemente em escola pública de Zuzano, cidade vizinha de Guarulhos, ambos gestores do Guard lamentaram profundamente o fato que chocou todo o país. Disseram que o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric costa (Guti) pediu prioridade dos trabalhos de proteção e prevenção da violência nas escolas pela Guarda Civil local, numa parceria com o Juizado da Infância e Juventude, Polícia Militar e Conselhos Tutelares.
“Laboratório de Mediação de Conflitos para Contagem”
A subsecretária de Educação de Contagem, Dagmar Brandão, ressaltou que o momento atual é muito “severo em se tratando de violência contra jovens”. Disse que no âmbito educacional há mais vulnerabilidade, pois a escola é o local em que o jovem e a criança ficam um grande tempo do dia e da sua vida; um espaço em que estes devem ser acolhidos de maneira democrática, com o apoio da família e de todos. Em Contagem, o que queremos de fato é que esta seja uma cidade democrática e de aprendizagem”, disse ela ao comunicar a implantação, em breve, do projeto Laboratório de Mediação de Conflitos, em parceria com órgãos e conselhos de Defesa Social.
Ao falar sobre a questão, o comandante do 39º Batalhão de Polícia Militar, tenene-coronel, Jarson Sebastian Hansen, disse que a PM/MG desenvolve o Programa de Erradicação das Drogas (Proerd) junto às escolas em âmbito estadual, e que a tarefa de combater estes males não é fácil. “A desestruturação familiar, as questões da tecnologia e de valores esquecidos atualmente são problemas que deságuam nas escolas. Por isto, precisamos tanto da parceria valorosa dos mestres e pais, tanto em casa como nas redes de ensino, sejam públicas ou particulares”, opinou o comandante militar.