Na semana da "Justiça pela Paz em Casa", o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por meio da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência, a PucMinas e o Diretório Acadêmico de Direito, promoveu, na última quinta-feira (14), um ciclo de palestras sobre violência doméstica. O evento foi realizado no auditório da PucMinas Coração Eucarístico, para os alunos de curso de Direito e contou com a participação da superintendente de Políticas Públicas para as Mulheres da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de Contagem, Gê Nogueira.
A organizadora do evento e coordenadora do Diretório Acadêmico de Direito da PucMinas, Michaella Melo, iniciou o evento agradecendo cada um presente. "Como a PucMinas completou 60 anos, e diz viver o futuro, estamos aqui para mostrar que o futuro é agora e que queremos construir as linhas das nossas histórias, a partir de cada mulher que busca a mudança todos os dias, tornando público, o que muitas vezes é silenciado. Então, como tema, escolhemos falar sobre o feminicídio", argumentou.
A Superintendente de Políticas Públicas para Mulheres, Gê Nogueira, contou aos estudantes sobre o dia a dia da superintendência, do Espaço Bem-Me-Quero, as ações do governo Alex de Freitas para as políticas públicas para mulheres em Contagem e exemplificou seu trabalho, falando sobre os avanços e desafios dos casos que recebem. "Encontramos diariamente casos de mulheres que sofrem violência. Precisamos ficar atentos a cada gesto de violência, pois muitos relacionamentos afetivos, são conduzidos de forma "tóxicas", e como tudo que é tóxico, causa dependência e a pessoa adoece", afirmou Gê.
Ainda de acordo com a servidora de Contagem, a forma mais efetiva de mudar a situação atual de tanta violência, é mudar a cultura da violência e agressão. "Precisamos instalar a cultura de paz e o trabalhar para que todas as relações aconteçam dentro do respeito. As mulheres têm que ser respeitadas e também ter igualdade de oportunidades. Inclusive, a vida", finalizou a superintendente.
Além da fala da superintendente, os estudantes também assistiram a palestrante Lutiana Lorentz, procuradora do Trabalho, mestre e doutora em Direito Processual pela PucMinas. A procuradora falou sobre a origem do Dia Internacional da Mulher e do Dia Internacional do Trabalhador; do direito antigo e objetificação da mulher ao direito atual, em que dá enfoque em 1932, quando as mulheres conquistaram o direito do voto. Lutiana também citou as Leis Maria da Penha e a do Feminicídio, entre outros assuntos.
O juiz do 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar, Marcelo Gonçalves, também foi um dos palestrantes. Marcelo falou sobre a definição de homicídio e feminicídio; como e quando enquadra o feminicídio, quais as estruturas legislativas. Marcelo também falou sobre o feminismo. "Coloquem na cabeça de vocês, homens e mulheres, feminismo é igualdade de tratamento", afirmou.
Quem estava presente se emocionou com o depoimento Lidiane Chaga, deficiente física e estudante de Direito. Lidiane contou um pouco da sua vida e da trajetória da sua decisão em escolher o caminho da profissão. "O Direito me escolheu e colocou nas minhas mãos, uma missão muito importante que não posso passar para outra pessoa, que é o de fazer o bem ao próximo. E lutar firmemente até o último dia da minha vida, para defender nós, mulheres". Segundo ela, o seu grande sonho e que, em breve será realizado, é o de ser promotora de justiça da área penal. "Nunca desistam dos seus sonhos", disse.