O parque Ecológico Thiago Rodrigues Ricardo, popularmente conhecido como parque Ecológico do Eldorado, foi inaugurado em 27 de junho de 2004 e possui uma área de 15 mil metros quadrados. Fica localizado na rua Paineiras, 1.722, no Eldorado, um dos bairros com maior centro comercial do município, o que possibilita ao parque boa abrangência de público pela mobilidade disponível.
Ao longo dos anos, tornou-se uma das principais atrações da cidade, sendo utilizado por diversos grupos para a prática de oficinas de artesanato, costuras, ginástica, danças e outras atividades culturais devido a infraestrutura disponibilizada.
O local possui parquinho infantil e quadras de esportes propiciando a atração do público.
As condições ambientais do parque também promovem possibilidades para usos contemplativos/paisagísticos e de Educação Ambiental, pelas suas condições estruturais de trilhas, nascentes e ambiente arbóreo.
Segundo uma das ambientalistas, que participou do movimento de criação do parque, Zélia Romualdo Silva, o parque é um tesouro ecológico do município, e sua história foi marcada por muita luta da população para que o espaço fosse preservado.
Antes de virar o parque, o local foi ameaçado pela expansão urbana e projetos imobiliários. A área foi local foi sondada para receber um hospital infantil do câncer, mas devido ao grande número de nascentes, o projeto não foi aprovado. Lá também foi cotado para ser um conjunto habitacional, mas graças a mobilização da comunidade na preservação da área, também foi reprovado.
“A população deu o primeiro passo, registrando o que percebíamos, e com os parceiros do Projeto Manuelzão, realizamos estudos para a criação de um documento que pudesse ser aprovado pela Câmara”, afirma.
O local foi abraçado pela comunidade, que mobilizou estudantes, professores, instituições religiosas, associação de bairro, conselheiros do meio ambiente, vereadores, membros do Projeto Manuelzão, representantes do Poder Público, além de tantos outros seguimentos da sociedade em prol da criação de lei que transformaria essa importante área verde do bairro Eldorado em um parque Ecológico, visando a preservação da área, que possui diversas nascentes e preserva a mata nativa, com características de transição entre o bioma Cerrado e Mata Atlântica.
Zelia destacou a importância da prefeita Marília Campos e do vereador Arnaldo de Oliveira na criação do Projeto de Lei, aprovado em 2003, que criou o parque, inaugurado em junho de 2004. “ Desde os primeiros momentos, a participação deles foi fundamental. Abraçaram nossa causa e com tudo que a comunidade já tinha documentado, encaminharam para a Câmara o projeto de lei solicitando a criação do parque”, afirma.
Para o ambientalista Maurício Cassim o parque representa uma bela conquista da população da região Eldorado e adjacências, que na época reuniu diversas pessoas para dar um abraço simbólico na área, no coração do Eldorado. “Esse braço simbólico que mobilizou tantas pessoas, foi realizado para coroar o movimento pela sua implantação naquela área que jorrava água de várias nascentes, tem uma cobertura vegetal surpreendente e importante fauna”, explica.
Outra ambientalista participou do movimento de criação do parque, é a presidente e fundadora da Organização Não Governamental Conviverde, Cecília Rute. Ela explicou que uma das suas principais razões na luta pelo parque Ecológico, além de preservar o espaço era garantir a preservação das nascentes existentes no local. São dez nascentes, sendo seis perenes e as demais intermitentes, além de outras dezesseis em torno dele. “Eu me refiro ao parque como a caixa d’água do bairro. Ele foi criado para proteger as nascentes, proteger nossas águas”, afirma ela.
De acordo com Cecília, as nascentes do parque são do córrego do Capão, um afluente do córrego Água Branca, que se junta ao córrego Carneiro e Riacho das Pedras, formando o córrego do Ferrugem, um dos maiores afluentes do rio Arrudas. Por sua vez, o Arrudas é um dos maiores afluentes do Rio das Velhas e com o rio Paraopeba, é afluente do São Francisco.
“Nossas águas acabam no Nordeste. Por isso é tão importante preservar as nascentes do parque. Preservando elas vão estar preservando vida”, diz.
Para finalizar, Cecília contou que participou com os membros do Projeto Manuelzão, na busca de apoio para a construção da trilha suspensa. Para ela, a trilha é mais um artifício para preservar as nascentes e lagos do parque. “A minha luta é preservar as nascentes do parque, mas nada adiantava. Com o projeto, solicitei que a passarela suspensa fosse incluída e, em 2018, ela foi instalada. Hoje em dia é uma das atrações que a população mais gosta”.