Explorar o universo dos foguetes, bases de lançamento, aplicações físicas e garrafas PET voando pelos ares são elementos que despertam o interesse de qualquer jovem. No caso dos estudantes de duas escolas municipais de Contagem, a curiosidade se transformou em uma experiência que ficará marcada em suas vidas.
Alunos das escolas municipais Glória Marques Diniz, na região do Nacional, e Maria Martins “Mariinha”, no Petrolândia, subiram nos dois lugares mais altos do pódio da 80ª Jornada dos Foguetes, realizada em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, nos dias 10 e 13 de novembro. Os contagenses se destacaram no encontro nacional que reuniu estudantes de todo o país classificados em etapas municipais, promovidas e realizadas nas escolas.
A ‘Mariinha’ ficou com a primeira colocação e foi representada por duas equipes, a ‘The Flying Shark’, composta pelos jovens Miguel Henrique Azevedo e Rafael José Santos; e ‘100% Ciência’, dos estudantes Filipe Fonseca, Gustavo Henrique Agostinho e Victor Raphael Rodrigues, todos cursando o 8° ano do ensino fundamental. A medalha de prata foi conquistada pelos estudantes Samuel Parra, 7º ano, Ian Fernandes e Ítalo Santos, do 8º ano, da Escola Glória Marques Diniz.
Antes de participarem da competição nacional, todos os estudantes já haviam obtido uma primeira experiência na fase classificatória, ocorrida no início do ano. Com foguetes que alcançaram mais de cem metros, conquistaram a oportunidade de viajar até o Rio de Janeiro para viver os desafios finais da competição.
Competição
A Jornada dos Foguetes é uma iniciativa da Olimpíada Brasileira de Foguetes (Obafog) que reúne, anualmente, escolas de todo o Brasil para realização de uma competição, que consiste no lançamento dos foguetes produzidos pelos alunos, construídos com garrafas PET. Além disso, também são realizadas palestras e atividades educativas, visando promover a troca de experiências entre os jovens.
Cada equipe participante tinha a chance de realizar dois lançamentos. Subiria ao pódio, aquelas que conseguissem alcançar a maior distância. O foguete construído pela equipe ‘The Flying Shark’ chegou à marca de 290,4 metros e a ‘100% Ciência’ alcançou 220 metros, garantindo o ouro. Já o foguete produzido pelos jovens da Escola Glória Marques Diniz alcançou a marca de 193,4 metros.
Experiência e aprendizado
O professor Leonardo Oliveira Barbosa, da escola “Mariinha”, acompanhou os estudantes no processo desde o início, e reforçou a importância de eventos como a Jornada dos Foguetes e o quanto isso impacta na vida dos estudantes. “A Jornada de Foguetes é muito mais do que um evento, é a celebração de uma caminhada que se estende por quase um ano de dedicação e descobertas. Nesse encontro, os estudantes se conectam com pessoas de diferentes regiões do Brasil, ampliando horizontes e vivenciando trocas culturais e acadêmicas que transformam vidas”.
Para as duas equipes ganhadoras, o sentimento foi de aprendizado e agradecimento. “Aprendemos que com força de vontade, trabalho duro, dedicação a gente alcança nossos objetivos e que cada novo desafio nos motiva a conhecer e querer ir mais longe”, relatou o medalhista Rafael Borher.
Para além da vivência do projeto, Miguel Henrique relatou o aprendizado técnico e o primeiro contato com o tema. “Nós aprendemos sobre coisas que sequer imaginávamos que existiam, como as leis de Newton, a lei da ação e reação, a reação entre o ar comprimido e a água. Tudo isso foi um dos aprendizados mais interessantes que tivemos”, destacou.
Esforço e repetição
Para o professor de ciências, Pedro Henrique Vieira, um dos responsáveis por acompanhar a trajetória dos estudantes da escola Glória Marques Diniz, a fase preparatória foi fundamental para evidenciar a importância do trabalho em equipe. “O que mais me encanta na etapa preparatória é observar o desenvolvimento da autonomia, da curiosidade e da capacidade de trabalho em equipe nos alunos, além da habilidade para buscar soluções e a perseverança diante dos desafios”, destacou.
Para os estudantes, toda a experiência de participar da competição já foi considerada uma vitória. “Foi uma experiência muito boa, porque só de estar lá, para mim, foi uma vitória. Ser vice-campeão não é fácil, requer muitos testes, muitas tentativas. Foram muitos testes para aprimorar os foguetes e a nossa base. No final deu tudo certo!”, relatou Samuel Parra.
Ian destacou sobre o nervosismo de se apresentar perante uma plateia com mais de 130 pessoas. “Foi tranquilo e complexo ao mesmo tempo, porque a gente estava com um pouco de vergonha, mas na hora que chegou lá deu tudo certo, nós conseguimos apresentar e os professores nos ajudaram demais”. Ítalo, por sua vez, relatou sobre a gratidão de participar de eventos como a jornada. “Foi muito gratificante! Na hora da apresentação dava uma apreensão, mas saiu tudo do fundo do coração, a gente conseguiu com muito esforço”.
Como prêmio, os estudantes receberam troféus, medalhas e bolsas de iniciação científica para jovens que estão cursando o Ensino Médio.









