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19 NOV 2025
MEIO AMBIENTE
1º Fórum de Resíduos Sólidos amplia debate sobre sustentabilidade
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Nesta quarta-feira (19/11), os participantes do 1º Fórum de Resíduos Sólidos, realizado no Centro de Educação Ambiental (CEA) Vargem das Flores, no Parque Gentil Diniz, tiveram oportunidade de aprender mais sobre a temática. A primeira edição trouxe o assunto “Reciclagem como caminho para a sustentabilidade e inclusão” e abriu espaço para reflexões práticas sobre o manejo de resíduos no município, além de aproximar diferentes setores e estimular o diálogo.

A programação foi dividida em dois momentos. Pela manhã, o público acompanhou palestras e debates organizados em dois painéis. O primeiro discutiu o tema “Reciclagem e Sustentabilidade: cidadania em ação”. O segundo abordou “Gestão de Resíduos e Logística Reversa na indústria”. 

O secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Geraldo Vitor de Abreu, destacou que os resíduos sólidos ainda são um dos maiores desafios dos municípios no Brasil. Ele lembrou que, mesmo com avanços da legislação em vigor há mais de 15 anos, há um longo caminho pela frente. Para o secretário, a população precisa adotar o hábito de destinar corretamente tudo o que produz. Isso inclui separar materiais recicláveis, fazer compostagem do orgânico e usar o composto em jardins, reduzindo o envio de resíduos aos aterros. 

“Apesar dos avanços, o desafio continua, e eventos como esse ajudam a seguir adiante. Assim, conseguimos dialogar com a população sobre a importância de reduzir a geração de resíduos e destinar corretamente o que é produzido, enviando aos aterros apenas o rejeito. Essa mudança diminui a pressão sobre os recursos naturais usados na fabricação de novos produtos. Também ajuda a construir um legado para as próximas gerações.”
Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Geraldo Vitor de Abreu

Painéis

Dando início aos trabalhos, o primeiro painel contou com palestras de José Cláudio Junqueira, doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos e professor de Mestrado e Doutorado em Direito Ambiental e Sustentabilidade; Alice Libânia, superintendente de Resíduos Sólidos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; João Batista Filho, subsecretário de Saneamento e Serviços Urbanos; Wermerson Daniel, engenheiro de Segurança do Trabalho; e Lúcia Martins, catadora e triadeira.

Para o professor José Cláudio, a discussão sobre resíduos vem crescendo de acordo com a medida que o consumo e a população vem aumentando. Segundo ele, quanto maior o consumo, maior a extração de recursos naturais e o volume de resíduos, ainda mais com o crescimento de produtos cada vez mais descartáveis. “Discutir como melhorar a reciclagem no país, nos estados e nos municípios é essencial. E apresentar hoje um panorama global, mostrando como o mundo recicla, quais países estão mais avançados e quais políticas públicas favorecem esse cenário, ajuda as pessoas a terem mais conhecimento de como está a nossa situação e do que é preciso fazer para mudarmos de atitude e ajudar nosso planeta”, afirmou.

Durante sua apresentação, o professor citou estudos da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA), que afirmam que há cerca de 30 anos, a média brasileira de geração de resíduos era de 600 gramas por habitante ao dia. Hoje, esse número quase dobrou, e cada pessoa chega a produzir 1,150 kg diariamente. Boa parte desse volume é reciclável e cerca de um terço do lixo brasileiro poderia retornar à cadeia produtiva como matéria-prima, poupando recursos naturais. 

A superintendente de resíduos sólidos de Contagem, Laylla Freitas, destacou que o fórum foi organizado na mesma semana do Dia Nacional da Reciclagem e do Reciclador, também como uma forma de reconhecer o trabalho dos profissionais da área e ampliar o debate sobre o tema. Ela ressaltou que discutir resíduos é fundamental para envolver diferentes setores e estimular novas iniciativas no município. “Quando o assunto é resíduo, muita gente pensa que a responsabilidade é sempre de outra pessoa. Por isso criamos um espaço de conversa entre quem produz, quem coleta e quem transforma. A ideia é iniciar um ciclo de encontros que ajude o município a avançar e a construir práticas mais sustentáveis”, afirmou.

O segundo painel reuniu Karine Dias, diretora de Resíduos Especiais e Industriais da SEMAD-MG; Monicke Arruda, coordenadora jurídica da Gerência de Meio Ambiente da FIEMG; Vanderley de Souza, diretor industrial da Daido Química do Brasil; Michele Pimenta, analista de Meio Ambiente da Belgo Arames; e Renê Sousa Dias, engenheiro de Segurança do Trabalho da Sotreq.

Já no período da tarde, o fórum retornou com a apresentação cultural dos estudantes da Escola Municipal Joaquim Teixeira Camargos, que subiram ao palco com uma intervenção dirigida pelo agente cultural de teatro, Deyvi Dias. A atividade mostrou como a arte também ajuda na sensibilização e mobilização em prol do meio ambiente. Também teve a apresentação “Pilar Social da Reciclagem”, com participação de Carmem Carvalho, Aline Veloso e Márcia Lopes. 

O evento também foi pensado para ser zero gerador de resíduos. Os participantes receberam um kit com muda de suculenta e caneca de fibra de bambu. No credenciamento, o crachá entregue era feito de papel semente, que pode ser plantado e virar uma muda de manjericão. 

O subsecretário de Saneamento e Serviços Urbanos, João Batista Filho, destacou a importância da coleta seletiva nas ações sobre resíduos sólidos no município. “A coleta seletiva tem relevância ambiental e social. Hoje, trabalhamos com associações de catadores que reúnem mais de 85 pessoas. Esse trabalho gera renda para essas famílias e contribui para ampliar a vida útil do aterro. Um terço dos resíduos gerados diariamente pode ser reciclado. O desafio é aumentar o engajamento da população na separação dos materiais, ampliando o volume de recicláveis que chegam às associações”, afirmou.

O último painel, “O Papel do Reciclador na Economia Circular”, trouxe palestras de Adriana do Carmo, Carmem Carvalho, Cleizer Augusto dos Santos, Erci Ribeiro, Michele Pimenta e Katia Lopes Rodrigues Barbosa, que compartilharam vivências e perspectivas. 

Para finalizar, a superintendente de resíduos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Alice Libânia falou sobre como a atuação conjunta entre Estado e municípios ajuda a melhorar a gestão dos resíduos. Ela ressaltou que cada um tem responsabilidades diferentes e que essa soma de esforços facilita o enfrentamento dos desafios do setor e o avanço das políticas públicas. “A parceria entre Estado e municípios faz diferença no dia a dia. Quando cada um compartilha suas necessidades e experiências, conseguimos ajustar as políticas, criar soluções mais eficientes e apoiar quem está na linha de frente da operação. Esses encontros mostram onde é possível melhorar e ajudam a fortalecer todo o sistema”, finalizou. 

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Autor: repórter Milla Silva / Edição: Vanessa Trotta