Nos últimos anos, a Prefeitura de Contagem vem desenvolvendo diversas ações voltadas ao enfrentamento das mudanças climáticas no município. Uma delas foi o 2º Fórum de Educação Ambiental pelo Clima, realizado nessa quarta-feira (24/9), no CEU das Artes Ressaca. O fórum teve como objetivo construir um espaço de diálogo e troca de experiências entre a sociedade civil e diferentes entidades públicas e privadas.
O evento, que durou o dia todo, foi dividido em duas partes. Durante a manhã, estudantes das unidades adeptas do programa “Com-Vidas nas Escolas”, da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), participaram de oficinas e da exposição itinerante sobre o Rio das Velhas e a Bacia da Pampulha.
Já na parte da tarde, os presentes acompanharam a apresentação cultural do Grupo Big Bang, da E. M. Professora Audrei Consolação F. Costa (CEI Ressaca). Em seguida, o secretário de Meio Ambiente, Geraldo Vitor de Abreu, abriu os debates, afirmando que o encontro representa um espaço importante de diálogo e construção coletiva. Ele acrescentou que a troca de experiências fortalece as políticas públicas na área e simboliza o compromisso da cidade com a agenda ambiental.
“Tratar de educação ambiental nunca é simples, pois muitas vezes a sociedade está voltada apenas para conquistas materiais. Precisamos compreender que o maior patrimônio que possuímos é a nossa mãe Terra. Este fórum deve nos inspirar a levar conhecimento e consciência para além deste espaço."
Secretário municipal de Meio Ambiente, Geraldo Vitor de Abreu
Também participou da abertura a coordenadora-geral do Plano de Adaptação Climática de Contagem (PLAC), Maria Thereza Camisão Mesquita, da Secretaria-Geral da Prefeitura. Ela destacou que o município já possui dados atualizados sobre emissões e riscos climáticos, servindo de base para definir prioridades de adaptação e mitigação. Segundo Maria Thereza, esses estudos técnicos são fundamentais para o planejamento de políticas mais eficazes e direcionadas e o grande desafio, agora, é transformar esse conhecimento em ações concretas que cheguem à população.
“Precisamos trazer o debate climático para mais perto da vida das pessoas e mostrar que cada uma delas pode ser agente de transformação. Um consumo mais consciente ou o cuidado diário com a água e com os recursos naturais já representam avanços importantes. Quando a sociedade percebe sua força, as políticas públicas deixam de ficar apenas no papel. O nosso objetivo é que cada cidadão se sinta parte desse processo e ajude a ampliar o alcance das ações”, observou.
Durante a roda de conversa sobre os desafios da Educação Ambiental no contexto das mudanças climáticas, participaram o pró-reitor de Extensão do Centro Universitário Dom Helder Câmara – Centro de Educação e Cooperação Socioambiental, dr. Francisco Haas; a professora do IGC/UFMG e coordenadora do Programa de Educação Ambiental da Estação Ecológica da UFMG, Andréa Carvalho; e o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Valter Vilela Cunha.
Para a superintendente de Projetos e Educação Ambiental e idealizadora do evento, Sirlene Almeida, a proposta de criação do fórum é consolidar no município um espaço de valorização da Educação Ambiental, reunindo pessoas comprometidas com o fortalecimento dessa pauta em diferentes territórios. “O fórum foi muito mais do que um evento. Foi um ponto de encontro para quem realmente quis discutir soluções e compartilhar práticas. Conseguimos reunir experiências diversas e criar um espaço rico de aprendizado mútuo. É gratificante ver como iniciativas locais e individuais se conectam e fortalecem a Educação Ambiental em diferentes territórios. Acredito que esse tipo de encontro nos inspira a continuar trabalhando juntos, tornando a ação ambiental cada vez mais presente na vida das pessoas”, avaliou.
O fórum reuniu vários representantes da sociedade civil e do poder público para trocar experîncias sobre o assunto urgente do planeta: as mudanças climáticas
Fotos: Adelcio Ramos / PMC
O evento também contou com a apresentação de diversos projetos de Educação Ambiental (EA), desenvolvidos por parceiros da Semad. Entre eles: o programa “Jornada Científica de Inovação Sustentável”, do Centro de Inovação e Sustentabilidade do Parque Tecnológico de Belo Horizonte; o projeto “Guardiões da Reciclagem”, do Subcomitê da Bacia do Rio das Velhas; o projeto “Agostinianos Presentes na Comunidade”, dos estudantes do Colégio Santo Agostinho (Unidade Contagem); e o programa “Com-Vidas nas Escolas”, da Semad Contagem.
Também foram apresentados o projeto “Doce Vivo”, da diretora administrativa da Feito Novo – Projetos Socioambientais; a iniciativa “Mudanças Climáticas: Contribuindo para Territórios Mais Resilientes”, da Gerência de Desenvolvimento Ambiental da Copasa; e o projeto “Educação Ambiental Hoje, para Existir Amanhã”, de Adriane Rodrigues, ativista e educadora ambiental da Educambie.
O encerramento ficou por conta da palestra da professora da UFMG, mestre em Educação e doutora em Antropologia pela Unicamp, Mônica de Azevedo Meyer. Ela abordou a construção de novos caminhos para a Educação Ambiental, reforçando a importância do fórum como espaço de troca e de inspiração para novas práticas. Mônica explicou que a educação ambiental pode nascer em diferentes lugares, como na escola, na comunidade ou nas instituições públicas.
“Esse é o momento de compartilhar. E o compartilhamento é o retrato da própria natureza, porque na natureza nada existe isolado. Uma árvore, por exemplo, divide a água, o vento, o ar, serve de abrigo para insetos, alimenta pássaros com seus frutos e ainda embeleza o espaço. Esse olhar nos convida a repensar nossa presença na cidade e a refletir sobre qual caminho queremos seguir. Podemos insistir na devastação e na destruição ou escolher o caminho do coletivo, do cuidado, onde todos tenham vida em abundância”, finalizou.
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