A Participação Popular esteve ainda mais no centro das atenções na Prefeitura de Contagem, nesta sexta-feira (22/11), com a realização do 2º Seminário Internacional que debate a importância da democracia Participativa para o fortalecimento da democracia e para a melhoria da qualidade de vida das populações e da infraestrutura da cidade.
“Geralmente os moradores e moradoras de vilas e favelas convivem com risco geológico, com risco de enchente, sem saneamento, sem equipamentos públicos, sem infraestrutura, o que compromete muito a dignidade dessas pessoas. Então, nós vamos iniciar um programa - claro que já existe muita intervenção - mas agora vai ser um programa com participação popular específica das vilas e favelas.
“Nós queremos a participação da sociedade, da comunidade na educação. Isso não pode ser apenas uma função dos educadores, do diretor, do secretário. Ela também tem que ser um direito e um dever do pai, da mãe, para cuidar da educação dos seus filhos”.
“Então, o povo precisa de mais acesso aos direitos que existem nas leis. Dessa forma, nós precisamos fortalecer cada vez mais a democracia representativa. Mas, precisamos criar uma cidadania municipal, uma cidadania estadual, uma cidadania nacional. Porque quando a gente vai lá e faz uma obra no bairro ou numa escola, ela não é um favor, ela é um direito. É o direito de quem se mobilizou, é o direito de quem teve voz, é o direito de quem escutou. Isso tudo é direito”.
Finalizando, disse que a participação dos conselhos regionais tem um sentido de ajudar a “prefeita a governar”.
“Nós precisamos ter cidadãos mais conscientes. Nós precisamos ter cidadãos de direito. Pessoas que reivindicam a participação porque sentem que por meio da participação, a gente faz a diferença no lugar onde elas moram. É isso que a gente quer. Façam a diferença. Viva a participação popular! ”.
“Eu vi que tendo os conselheiros, é muito mais fácil de levar as demandas na regional e o problema ser resolvido. Assim, a gente intervém com a população, comunica, vai na comunidade, nas periferias, fala com o pessoal de vulnerabilidade e passa a demanda para o conselho regional que leva a demanda à Prefeitura que resolve com mais rapidez. Pelo menos lá na nossa regional Petrolândia todas as demandas são resolvidas assim”, detalhou ela que está em segundo mandato como conselheira regional participativa. “Eu participo. Vou às reuniões, recebo demanda de moradores. Por isso, nas próximas eleições para o conselho, vou me candidatar ao terceiro mandato”.
Da Vila Lempp, na regional Riacho, quem também está feliz com o desenvolvimento e importância do conselho regional, é a aposentada Vanuza Gonçalves, 55 anos. Uma das primeiras moradoras a chegar à comunidade há quase 30 anos, ela lembra que antes de participar do conselho, ela sentia que a sua comunidade era invisível aos olhos do poder público, pois não havia obras de infraestrutura, equipamentos públicos.
“Quando me tornei conselheira da região do Riacho, mulher preta, mãe solo, que mora na favela, eu queria falar das nossas necessidades. Assim como todo mundo precisa de urbanização, educação, inclusão, saúde, queria dizer que é muito importante essas coisas para nós também. Estou aqui pela primeira vez como conselheira regional eleita”. E afirma que se a política de participação popular ganhasse uma nota, essa seria a máxima. “Se eu pudesse dar uma nota, eu daria 10 mil. Por ser conselheira regional, eu consegui as melhorias, como o asfalto novo - maravilhoso. Recebemos várias outras melhorias. Então, mudou muito a comunidade e mudou para a melhor”.
Representando todos os conselheiros e conselheiras presentes no Seminário, o pastor Ronaldo Alves Pereira, 56 anos, afirmou que :
"hoje o conselheiro é uma ponte da comunidade, pela sua regional até a Prefeitura, onde eles têm uma abertura tremenda. Então, nós conselheiros, temos uma responsabilidade muito grande, pois atrás de nós tem uma comunidade que conta conosco, que acredita, que crê que a gente está fazendo e apresentar as demandas. Eu vejo isso nesse governo e acho muito legal, muito importante, que você chega, apresenta, e você já recebe a resposta. Se é sim ou é não, se vai dar, se tem tempo, se não tem. Não é a regional A, regional B, não é a regional C que está ganhando, é a Contagem que está ganhando”.
Contagem modelo para o Brasil
“ela garante cada vez mais representatividade aos poderes do município. Sendo o papel do conselho constitucional, legal e necessário à democracia. Então, estamos aqui com conselhos regionais, municipais e essa é uma função que deve orgulhar a todos e todas que têm esse direito assegurado de participar. E de tomar decisões corresponsáveis com o governo e com o legislativo. E é algo que nós devemos valorizar muito”.
O secretário exaltou a experiência de Contagem, ao salientar que a cidade segue quatro grandes linhas que também interessam ao governo federal como o enraizamento nos territórios, o aprimoramento de conselhos e conferência com participação popular, disponibilização de recursos para os conselhos e o casamento da participação popular presencial dos movimentos organizados com a participação digital dos cidadãos e cidadãs.
“Estamos aqui também não só para apoiar em nome do governo federal aquilo que vocês fazem, mas para aprender com vocês como é que se faz isso”.
“Parceria profícua entre Executivo e Legislativo”
“A lei hoje é uma política pública que vai transcender qualquer governo. Tudo isso foi construído numa parceria muito importante e profícua com a prefeita Marília e com o governo municipal. Desde o início do governo, a Câmara tem sido uma parceira, ajudando em todas as ações que a prefeita tem proposto para que a gente possa avançar, não só nas políticas públicas, mas principalmente na infraestrutura da nossa cidade, que por alguns anos sofreu muito com a falta de gestão, com a má gestão, com o descaso.”
“Seminário é o coroamento da política de Participação Popular”
“O seminário sobre participação popular e governo aberto celebra hoje o avanço das políticas de participação em Contagem, destacando a criação da lei que formaliza o Sistema Municipal de Participação Popular, regulamentando conselhos regionais e promovendo maior transparência e cidadania.
Esse momento é o coroamento da política de participação que nós recuperamos sob o comando da prefeita Marília lá em 2021. Estamos chegando aqui ao final desse terceiro mandato da prefeita Marília, com muita convicção de que nós demos conta de cumprir esse desafio de recuperar a participação popular em Contagem”.
Participaram ainda da abertura do vice-prefeito Ricardo Faria, a Controladora-Geral do Município, Nicolle Ferreira Bleme, o consultor técnico FGV DGPEm, Roque Werlang, além dos representantes dos conselhos de políticas públicas
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