Para evitar a reocupação de moradias que se encontram em área de alto risco geológico e garantir a segurança dos locais próximos, a Prefeitura de Contagem, por meio do Comitê de Fiscalização do Município (Comfisc), deliberou a demolição de nove casas na Vila Epa, no bairro Jardim Marrocos, regional Sede.
A operação teve início nesta terça-feira (25/5), com o apoio da Subsecretaria de Manutenção Urbana, Subsecretaria de Habitação, Administração Regional Sede e Guarda Civil Municipal, e deve durar aproximadamente 20 dias. Todas as casas marcadas para serem demolidas estão desocupadas e seus moradores já se encontram inseridos em programas sociais, assistidos por algum benefício como o Aluguel Social ou a Bolsa Moradia.
Além disso, a demolição somente é feita após a assinatura pelo morador de um termo no qual concorda com a ação e compreende a gravidade do risco. “Antes de iniciarmos a operação, fizemos várias vistorias ao local e levantamos os documentos necessários. Nosso compromisso é impedir que a área seja habitada novamente e outras pessoas fiquem sujeitas ao risco. Nossa prioridade é proteger a vida”, destacou o coordenador do Comfisc, Levi Sampaio.
A primeira casa demolida pertencia ao auxiliar de enfermagem, Erinaldo Santana Santos, que acompanhou a operação nesta terça-feira (25/5). O morador lembrou dos momentos bons e ruins que viveu no local, relatando que, em 2020, durante um temporal, quase perdeu sua filha.
“Foi um milagre de Deus. O muro acima da minha casa cedeu e caiu sobre o quarto da minha filha, que havia acabado de se levantar para socorrer o cachorro. A casa do meu cunhado ao lado também foi atingida e virou pó. Por sorte e obra divina, eles não estavam em casa. Foi um momento desesperador, mas graças a Deus estamos vivos”, contou, aliviado. Atualmente, Erinaldo mora com a família em uma casa alugada na mesma região, cujo valor é pago com auxílio que recebe do município, no valor de R$ 700,00.
Dona Alice Loureiro, que mora há 35 anos na vila, também lembrou dos momentos de pânico que passou com a casa do neto. “Ele me ligou pedindo socorro, tinha aberto um buraco na parede. Precisou retirar tudo às pressas, mas, graças a Deus, hoje ele mora em um lugar melhor. A demolição é necessária, está perigoso e, se a prefeitura não demolir, pode ceder ou virar abrigo para marginal. Queremos andar com segurança na nossa comunidade”, afirmou dona Alice.