A implantação das bacias de contenção de enchentes na região do Industrial, onde se localizavam as vilas PTO e Itaú, está em andamento e, mesmo antes da conclusão, estão surtindo efeito positivo, reduzindo os transtornos com as chuvas que afetaram a Região Metropolitana de Belo Horizonte, recentemente. Um exemplo é a avenida Teresa Cristina, que corta Contagem e a capital mineira, e não sofreu com alagamentos durante os temporais que caíram nas cidades desde o fim de 2023.
Com obras avançadas principalmente na bacia B3 (Vila PTO), os reservatórios têm operado com capacidade parcial de reter as águas, retardando a chegada no córrego Ferrugem. O coordenador geral de obras de infraestrutura de Contagem, Pedro Paulo Ferreira, destacou que, se não fossem essas obras, certamente a cidade teria passado por nova calamidade, como ocorrido em anos anteriores. “Graças aos avanços das obras das bacias, que já tiveram um efeito de retenção das águas, a avenida Teresa Cristina não sofreu com inundações como nos acostumamos a ver no passado”, disse.
Eventos climáticos atípicos vêm atingindo Contagem e a região metropolitana, com volumes de água acima do previsto pela Defesa Civil. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no dia 31 de dezembro de 2023, choveu 54 mm em um período de 40 minutos, o que correspondeu a 15% do estimado para o mês. No dia 6 de março, o temporal atingiu 70 mm em uma hora, 20 a mais do que o esperado. Recentemente, no dia 20/3, choveu o dobro do calculado, atingindo 100 mm durante quatro horas. Em nenhum dos episódios nos quais a chuva atingiu mais intensamente as regiões por onde passam o córrego Ferrugem e Ribeirão Arrudas, houve transbordamento, incluindo a altura da av. Teresa Cristina.
As duas bacias fazem parte do Projeto “Prevenção de Enchentes - Construção de Bacias de Contenção do Córrego Ferrugem”, viabilizado por meio de convênio entre as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem e o governo estadual. O principal objetivo da intervenção será reduzir o risco de transbordamento dos córregos Ferrugem e Ribeirão Arrudas. Além delas, a bacia B5, na Vila Esporte Clube, está sendo construída por BH. Juntos, os três reservatórios terão capacidade de armazenar cerca de 755 milhões de litros de água, que corresponde a mais de 302 piscinas olímpicas cheias.
Avanço das obras
A bacia B3, que terá capacidade de reter 103 milhões de litros d’água, já tem cerca de 80% do projeto executado. Neste momento, conta com trabalhos de escavação do reservatório, construção dos muros da galeria e do barramento da bacia, onde a água escoa gradativamente para o córrego, controlando seu enchimento. Já a bacia B4 está em fase final de resolução das desapropriações de famílias que ainda habitavam na área da Vila Itaú e poderá avançar nas etapas de escavação da galeria, e construção dos muros, que estão em andamento. Ela suportará cerca de 378 milhões de litros.
Além dessas, Contagem conta com outras duas bacias de contenção de enchentes, uma na rua Rio Volga, no Riacho das Pedras, já concluída e com capacidade de 28 milhões de litros, restando a etapa de urbanização da praça sobre o reservatório e outra, próxima à empresa Toshiba, no bairro Santa Maria, região Industrial, que tem obras em andamento e terá capacidade de 21 milhões de litros. A implantação de ambas é de responsabilidade do governo estadual em parceria com a Prefeitura.
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