Contagem tem recebido, cada dia mais, o colorido especial dos grafites feitos pelos jovens do Projeto “Meu Rolê”, iniciado em 2021. Para celebrar os dois anos do projeto-piloto, que começou nas regiões Ressaca e Nacional e que hoje está presente nos oito distritos do município, foi realizada uma roda de conversa na I Mostra “Meu Rolê”, cujo tema foi "O que se cria com os cria no rolê?”, nessa quarta-feira (11/10), no auditório da PUC Contagem.
A programação do encontro foi repleta de emoção com as apresentações artísticas e exposição de fotos e trabalhos produzidos pelos jovens. Participaram as crianças e adolescentes da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), familiares, articuladores dos territórios, oficineiros, profissionais da Estação da Juventude e representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Para Letícia Antunes, que está no projeto desde que ele foi iniciado, o “Meu Rolê” trouxe muitas coisas boas para sua vida. “Desde que eu entrei foram muitos muros pintados, muitas conversas e bate-papos engraçados. Sinto que estou mais livre, viramos um passarinho. Espero que o 'Meu Rolê' cresça cada dia mais e que venham mais crianças e adolescentes a aprender com a gente”, contou.
A diretora de Saúde Mental da SMS, Bárbara Ferreira, lembrou do tempo em que o projeto-piloto não tinha nome, só uma articuladora e dois artistas oficineiros.“Dois territórios, Ressaca e Nacional, oficina de arte e cidadania, um projeto-piloto. Não tinha pressa de nomear. Hoje perpassa como pipa o céu e o chão de cada canto das 'quebradas' da cidade. O nome veio dos próprios 'crias'. Meu rolê, nada mais justo e significativo. E assim seguimos. Mais artistas potentes”.
Emocionada, a superintendente de Redes de Atenção à Saúde, Júlia Diniz, parabenizou os profissionais pelos resultados alcançados e agradeceu aos jovens e seus familiares pela confiança no projeto.”Nós precisamos muito mais do que uma consulta. É preciso arte, cultura, andar e conversar. Cada um é muito além do rótulo. A gente precisa avançar e estar em outros lugares”, pontuou.
Sandra Duarte, mãe do jovem Daniel, contou que desde que seu filho começou a participar da iniciativa, houve uma grande evolução em seu comportamento. “Daniel é um rapaz com autismo. Não é qualquer lugar que a gente consegue colocá-lo para fazer alguma atividade. E aqui ele foi bem acolhido desde o início. Estamos muito satisfeitos, porque a gente viu muita melhora no quadro dele. É muita gratidão por todos os responsáveis”, avaliou.
O encerramento da I Mostra foi repleto de rima e poesia ao som dos rappers de Nova Contagem, que levaram um pouco da cultura do rap para o público presente.
Meu Rolê
O projeto trabalha no âmbito da atenção integral e proteção de crianças e adolescentes, por meio não só da arte, mas também pela circulação na cidade e pelo protagonismo dos usuários.
O Meu Rolê é voltado para crianças e adolescentes, de seis a 18 anos. Sua porta de entrada é a Unidade de Saúde (UBS) de referência, que faz uma avaliação do caso e realiza os encaminhamentos necessários.
Galeria de fotos: Ronnie Von/PMC
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