Um emocionante capítulo de resiliência e apoio social, assim pode ser descrita parte da história da Maria da Silva, mais conhecida como sra. Terezinha, uma mulher idosa, que enfrentou adversidades sem precedentes, mas encontrou um novo rumo. Após ser resgatada perto da rodoviária de Belo Horizonte, em estado crítico de saúde, foi levada para o Hospital Municipal de Contagem (HMC) e, graças aos cuidados do dedicado serviço social, ela encontrou apoio e força para enfrentar os desafios que a vida lhe impôs.
A história da Terezinha é um testemunho poderoso da importância do trabalho incansável dos profissionais de serviço social e do poder da comunidade em transformar vidas. ”Quando chegou ao Hospital Municipal de Contagem, em 1º de fevereiro de 2023, ela enfrentava sérios problemas de saúde, incluindo um pé diabético infectado e a necessidade urgente de uma amputação no antepé do membro inferior esquerdo. Além dos desafios físicos, ela também estava emocionalmente abalada, com poucos laços familiares e sociais para apoiá-la”, disse a assistente social da UPA Vargem das Flores, Eliane Santos, ao explicar o estado da paciente que, em um primeiro momento, teve uma perna amputada e, em seguida, devido ao diabetes, também precisou de uma segunda amputação, na outra perna.
O serviço social desempenhou um papel fundamental na vida da Terezinha. Mesmo diante da falta de apoio familiar - ela morava em uma kitnet, mas acabou desalojada, se tornando uma pessoa em situação de rua -, os assistentes sociais do HMC e da UPA Vargem das Flores dedicaram-se a encontrar soluções para sua situação. “Foram realizados esforços incansáveis para localizar familiares e criar uma rede de apoio, mas, infelizmente, todas as tentativas de contato foram em vão. A sra. Terezinha, apesar das dificuldades, demonstrou uma incrível força de vontade e independência, desejando apenas retornar à sua vida anterior, mesmo que, agora, com limitações físicas”, confirmou Eliane.
Após uma avaliação minuciosa de especialistas em geriatria e psiquiatria, ficou claro que a Terezinha tinha condições cognitivas para viver de forma independente, mas apenas com o apoio adequado. Foi então que surgiu a oportunidade de uma alta social, para o Lar Maria Clara, uma instituição de longa permanência com um ambiente acolhedor e suporte especializado.
De acordo com Eliane Santos, a alta social é um termo usado na assistência social para descrever o processo de reintegração de uma pessoa na sociedade, após um período de internação ou assistência médica. "Esse tipo de alta não está relacionado apenas à recuperação física, mas também considera o suporte emocional, psicológico e social necessário para que a pessoa retome sua vida cotidiana com dignidade e independência. Durante esse processo, oferecemos recursos, cuidados e orientações para garantir que a pessoa tenha um ambiente seguro e de apoio ao retornar à comunidade", explicou assistente social da UPA Vargem das Flores.
Terezinha se mostrou muito animada com a sua nova residência e espera fazer novas amizades na instituição. “Estou extremamente feliz que poderei ir para uma nova casa, sem dúvida vou sentir saudades de todos que me ajudaram na UPA. Acredito que vou ser muito bem recebida lá. Todos na UPA cuidaram muito bem de mim e cuidam de todos que estão aqui. Tenho muito a agradecer, principalmente a Eliane, que sempre correu atrás para a minha alta”, ressaltou Terezinha.
No dia 2 de outubro de 2023, a equipe do Lar Maria Clara visitou a Terezinha, que expressou seu desejo de ir para seu novo lar. “Sua história é um lembrete poderoso de como a compaixão, a dedicação dos profissionais de serviço social e o apoio da comunidade podem transformar vidas. A sra. Terezinha, agora, inicia um novo capítulo em sua jornada, com a esperança de dias melhores e a promessa de apoio contínuo por parte da equipe dedicada do Lar Maria Clara”, afirmou Eliane.
De acordo com Terezinha ela se considera muito independente e se virou sozinha grande parte da sua vida. “Sempre fiz quase tudo sozinha, mas, agora, não consigo mais. Então me considero pronta para dividir esse momento da vida com outras pessoas. Sem dúvida encontraram o melhor lugar para mim”, destacou.
Neste momento, celebra-se não apenas a resiliência da sra. Terezinha, mas também a força da comunidade que se uniu para garantir que ela receba o cuidado e o apoio de que precisa para viver com dignidade. “O sentimento que fica é o de dever cumprido e muita alegria por estar, cada vez mais, conseguindo mudar a vida dessas pessoas. Que essa história inspire a todos nós, para sermos. ainda mais, agentes de mudança e apoio em nossa comunidade, mostrando que, juntos, podemos fazer a diferença na vida daqueles que mais precisam”, finalizou Eliane.
Galeria de fotos 1: Ronnie Von/PMC
Galeria de fotos 2: João Pedro Alcântara/PMC
