Em Contagem, a prevenção e o combate às arboviroses devem ser intensificados, principalmente, entre a primavera e o verão, pois são as estações caracterizadas pelo aumento das temperaturas e chuvas recorrentes. O cenário é propício para a proliferação do mosquito Aedes sp., transmissor de doenças, como dengue, zika e chikungunya.
Essas doenças fazem parte do grupo das arboviroses, são de grande relevância em saúde pública e em períodos epidêmicos sobrecarregam os sistemas de saúde.
A médica veterinária e referência técnica de arboviroses da Secretaria Municipal de Saúde - SMS, Fernanda Andrade, ressalta que a principal forma de controle dessas arboviroses é por meio do combate ao vetor transmissor. “Nesse sentido, a população tem um papel de extrema importância, pois a grande maioria dos focos de proliferação do mosquito estão nas residências.”
Os ovos do mosquito Aedes sp. necessitam de água parada para seu desenvolvimento e podem sobreviver por um ano no ambiente. Por isso, é essencial ficar atento aos locais que possam acumular água. “Evitar deixar lixo jogado pelo quintal e eliminar ou proteger da chuva materiais que possam acumular água são medidas de controle fundamentais”, alerta Andrade.
Combate aos focos do mosquito
A Prefeitura de Contagem, por meio do setor de Controle de Zoonoses da SMS, está sempre atenta aos casos de arboviroses notificados no município e realiza ações de combate ao vetor seguindo o que é preconizado pelo Ministério da Saúde.
Além das visitas de rotina dos agentes de combate a endemias às residências, com o intuito de verificar a presença de focos de mosquito e orientar a população sobre as medidas de controle, outras ações também são realizadas. Nas áreas com grande risco de transmissão das arboviroses são feitos mutirões de limpeza, intensificação das visitas dos agentes e, quando necessário, é aplicado inseticida no local.
Fernanda Andrade reforça que a aplicação de inseticida só é feita mediante a uma avaliação técnica que considera vários aspectos epidemiológicos da área. “Trata-se de uma última alternativa para o combate ao Aedes aegypti, pois as medidas de eliminação de água parada apresentam maior efetividade. Só é recomendada quando realmente as atividades de prevenção e de eliminação de focos não conseguiram bloquear a transmissão ou em áreas de grande concentração de casos.”
Vale lembrar que o carro Fumacê, utilizado nas aplicações de inseticidas, é liberado pelo estado. O município não tem esses carros disponíveis e para que seja liberado é preciso fazer uma justificativa técnica. “Quando começam as chuvas e a temperatura aumenta, sobem os casos e as solicitações da população para que a gente aplique o inseticida, principalmente o fumacê. As pessoas veem muitos mosquitos rodando e querem que a gente aplique o inseticida. Mas, mais importante do que a aplicação de inseticida é eliminar os focos do mosquito”, explica a médica veterinária.
O setor de zoonoses realiza um constante monitoramento para verificar quais áreas do município apresentam maior risco de transmissão. Para isso, são utilizadas ferramentas como o Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti- LIRAa, que é uma pesquisa larvária feita nas residências, onde é possível identificar se existe a larva do mosquito. Outra ferramenta são as ovitrampas, armadilhas de captura de ovos do mosquito que são instaladas em residências previamente selecionadas e que a Zoonose avalia a cada quinze dias o grau de infestação do mosquito na área.
Além disso, o monitoramento de casos que são notificados é essencial. Eles são mapeados e é realizado um cruzamento desses dados com os resultados de ovitrampas e de LIRAa. A partir da relação desses dados epidemiológicos são identificadas as áreas que estão mais críticas para realizar uma ação mais imediata.
Confira as principais medidas de prevenção:
Tampar tonéis e caixas d’água
Manter calhas sempre limpas
Deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo
Deixar ralos limpos e com aplicação de tela
Limpar semanalmente ou preencher pratos de vasos de plantas com areia
Limpar os potes de água para animais
A SMS também ressalta que é importante ficar atento aos sintomas das arboviroses e procurar atendimento médico:
Os principais sintomas da dengue são (2 a 7 dias):
Febre alta > 38°C
Dor no corpo e articulações
Dor atrás dos olhos
Mal-estar
Falta de apetite
Dor de cabeça
Manchas vermelhas no corpo
Os principais sintomas de zika são (3 a 7 dias):
Erupção na pele com coceira
Febre baixa ou ausência de febre
Olhos vermelhos (sem secreção ou coceira)
Dor nas articulações e músculos
Dores de cabeça
Os principais sintomas de chikungunya são (3 a 10 dias):
Erupção na pele
Febre
Dores fortes nas articulações e músculos
Dores de cabeça