A Prefeitura de Contagem se reuniu, na noite de terça-feira (29/11), com membros da comissão de moradores do Monte Castelo e representantes da Copasa, para apresentar uma solução que resolverá de maneira definitiva os problemas estruturais que afetaram o bairro, em especial, a rua Corcovado. O encontro aconteceu no gabinete da prefeita Marília Campos, na sede do governo municipal.
Na ocasião, os integrantes da comissão de moradores do bairro conheceram o Plano de Ação traçado pela Copasa, em parceria com o município, por meio de um grupo de trabalho multidisciplinar, o qual expôs, primeiramente, as conclusões dos estudos geotécnicos realizados na região, que apontaram a baixa capacidade do solo para sustentar edificações, o que ocasionou trincas e rachaduras em diversas casas localizadas nas ruas Corcovado, Caraça e Cubatão.
Desta forma, a companhia propôs a desapropriação de 21 imóveis, sendo 17 que já estavam totalmente ou parcialmente interditados pela Defesa Civil de Contagem desde maio de 2021, mais quatro que se encontram dentro da área considerada de risco geológico iminente. Além da remoção das residências, o Plano de Ação prevê a oferta de acompanhamento psicossocial às famílias atingidas, a supressão das redes coletoras de esgoto e de abastecimento de água da área impactada, a fim de evitar vazamentos no futuro, a substituição do sistema da Copasa em toda a região e, por fim, a implantação de uma nova ocupação urbana pública no local.
“Sabemos dos transtornos que esta situação causou a diversos moradores, que sentiram que suas raízes no bairro Monte Castelo e a identidade deles ficou comprometida. Mas, acredito que estamos caminhando para a construção de uma proposta justa, que, não só, resolve o problema de quem foi atingido, mas, trabalha preventivamente para que o problema não volte a ocorrer. E, agora, queremos estabelecer um consenso com a comunidade”, frisou a prefeita Marília Campos, durante a reunião.
O presidente da Copasa, Guilherme Duarte, participou da reunião na sede da Prefeitura e deu mais detalhes acerca da proposta apresentada. “A situação no local mostrou que não era mais possível manter as habitações, então, nós entendemos que essas famílias devam ser indenizadas por um processo de desapropriação, que seja feito em comum acordo com a população. Além da justa indenização, sugerimos que seja feito naquela área um espaço de uso público da comunidade, como forma também de reparação, ainda que não integral, mas que minimize os prejuízos e traga benefícios a todos os envolvidos”, pontuou.
A Copasa se comprometeu a arcar com os custos relativos às indenizações dos proprietários dos imóveis objeto das desapropriações, com a contratação de projetos e no ressarcimento ao município dos valores empregados na execução de obras de demolição, contenção, implantação de infraestrutura de saneamento e da nova ocupação urbana.
Esta proposta será apresentada a toda a comunidade em reunião aberta, agendada para o próximo dia 14 de dezembro, às 19h, na Escola Municipal Domingos Diniz Moreira, no bairro Monte Castelo. Os moradores envolvidos poderão opinar, sugerir alterações e participar ativamente da escolha de perícia técnica, que vai fazer a avaliação dos valores de cada imóvel a ser desapropriado. Para garantir segurança jurídica e transparência no processo, o Ministério Público de Minas Gerais fará a mediação do acordo.
A pedido da prefeita Marília Campos, a Copasa vai informar, na reunião, a agenda de revitalização das redes de água e esgoto. Ela reforçou, ainda, que a implantação da rede de drenagem e requalificação do asfalto nas ruas serão feitas, garantindo uma intervenção completa para o bairro. Posteriormente, o poder público discutirá com a comunidade qual será a ocupação urbana mais adequada para ser construída na área onde as casas atualmente se encontram.