A política de integração entre assistência social e os mecanismos de trabalho e geração de renda começa a apresentar importantes resultados no município. A Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Segurança Alimentar, tem levado aos adolescentes da Casa Aconchego a oportunidade de se capacitarem e empreenderem no futuro. Para isso, criou a “Fábrica de Canecas”, um projeto que ensina os jovens a produzirem canecas personalizadas.
Da criação da arte gráfica ao acabamento, tudo é feito pelos pequenos empreendedores. Primeiro, aprendem a detalhar as medidas, mantendo atenção a cada detalhe da arte. Depois, o conteúdo é impresso em papel específico para a produção. Na sequência, o corte milimétrico, a impressão feita em máquina específica em temperatura elevada e adequada ao tipo de material da caneca escolhida e, por fim, a finalização. Todo o processo é feito sobre os olhos atentos dos educadores sociais que acompanham o projeto, que teve início em maio deste ano, idealizado por Cássio Caio, que na época, coordenava a Casa de Aconchego.
Um dos jovens de 17 anos, que não pode ser identificado, explica parte do processo. “Tem sempre um tema. Pode ser de time, data comemorativa ou o que quiser. A nossa linha de produção não pode ter erro. A gente tem que observar todo o processo. Se a gente errar no corte do papel, por exemplo, pode ficar torto na caneca”, explicou.
Sobre o projeto, a diretora de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, Cristina Reis, salienta que a atividade proporciona maior autonomia aos jovens e possibilita maior acesso ao mercado de trabalho. “O projeto foi pensado para os adolescentes que não têm perspectiva do retorno familiar e permanecem acolhidos até os 18 anos. Precisamos trabalhar com eles o empoderamento. A ideia é ensinar a eles uma atividade profissional. Através da fabricação de canecas, eles podem estender para outras propostas e gerar renda. Eles se sentem valorizados, importantes e capazes de fazer alguma coisa que colabore com esse processo de desenvolvimento da fase de adolescentes para adultos”, afirmou.
Tânia Reis Ferreira dos Santos é a coordenadora da Casa de Aconchego e destaca a interação e a autoestima dos jovens. “A produção das canecas faz com que tenham interação dentro da casa e eles ficam muito felizes. Eles têm essa necessidade de autoestima de sempre dizer “eu posso, eu consigo” e fazerem as coisas ainda melhores, do que aqui dentro da casa, quando saírem na fase adulta”, completou.
Inaugurada em 2008, a Casa Aconchego recebe jovens de 12 a 18 anos que se encontram em situação de vulnerabilidade e vínculos rompidos. Eles são encaminhados pelo poder judiciário e recebidos pelo serviço de acolhimento institucional do município.
