A Prefeitura de Contagem, por meio do Banco de Alimentos, realizou ontem mais uma edição das suas oficinas, desta vez com um tema que faz parte da rotina de muitas famílias: a seletividade alimentar. O encontro proporcionou um bate-papo leve e agradável, trazendo informações importantes para auxiliar pais, responsáveis e cuidadores a lidar melhor com este comportamento comum na infância.
A seletividade alimentar é caracterizada pela recusa ou desinteresse por determinados alimentos, pouco apetite ou até receio de experimentar algo novo. Embora apareça com mais frequência na fase pré-escolar, ela pode se estender até a adolescência e, em alguns casos, à vida adulta. A seletividade costuma se manifestar por meio de birras, demora para comer, negociações na hora da refeição e a insistência em consumir sempre o mesmo tipo de alimento, textura ou sabor.
Em situações mais intensas, a simples tentativa de experimentar algo novo pode causar náuseas ou vômitos. Por isso, compreender o comportamento e saber como lidar com ele faz toda a diferença no desenvolvimento de hábitos alimentares mais variados e saudáveis.
O objetivo do encontro foi ampliar o conhecimento das famílias sobre as causas e consequências desse comportamento, além de apresentar estratégias práticas para incentivar a utilização de novos alimentos. Durante a oficina, a nutricionista Cassia Aparecida explicou como a condição se manifesta, principalmente, na infância e, se não for tratada, pode se estender à vida adulta, resultando em deficiência de micronutrientes e risco de patologias. Em seguida, a programação incluiu um bate-papo e a análise de estudos de caso, com os participantes sendo divididos em grupos para resolver e debater as situações propostas.
Por fim, a discussão se voltou para a disponibilidade dos alimentos e a preferência pelos industrializados. Utilizando o macarrão instantâneo (miojo) como exemplo de praticidade questionável, a nutricionista Cássia contrastou seu alto teor de sódio e gordura com uma alternativa caseira, igualmente rápida, porém muito mais nutritiva. “Muitas pessoas buscam a praticidade do macarrão instantâneo, porém demonstramos que, em apenas três ou quatro minutos, com o mesmo tempo de preparo, é possível ter uma alternativa muito mais saudável. Você pode trocar por um macarrão comum (tipo cabelinho de anjo), açafrão, sal e azeite, garantindo os mesmos nutrientes de forma muito mais nutritiva e segura para a saúde.”

Além da parte teórica, a oficina mostrou na prática a importância de criar estratégias alimentares e investir em alimento saudáveis. Fotos: Luci Sallum/PMC
A nutricionista e gerente da Educação Alimentar e Nutricional, Natalia Guerra, que também colaborou para a oficina, falou da importância desse tipo de evento. “Essas oficinas ajudam demais a trazer novos conhecimentos e práticas que incentivam escolhas alimentares mais saudáveis e conscientes, melhorando a saúde e a qualidade de vida de todo mundo.”
Uma das participantes, a cozinheira do Centro de Educação Infantil Irmão José Grosso, Adriana Corrêa, ressaltou o valor das informações passadas na oficina. “Participei da palestra e achei que foi muito produtiva e interessante. Não só para o nosso serviço aqui, mas para nós mesmos, como seres humanos, cuidarmos da nossa saúde. Foi muito proveitoso.”
A oficina também reforçou a importância de aproveitar bem os alimentos doados pelo Banco de Alimentos, contribuindo para refeições mais nutritivas e reduzindo o desperdício. Com diálogo, informação e orientação, a oficina buscou apoiar as famílias no desafio diário de tornar a alimentação mais variada, agradável e saudável para todos.









