Ações que promovam o envelhecimento ativo e digno precisam ser incluídas na agenda oficial dos governos. Nações que negligenciarem tal fato podem enfrentar grandes problemas no futuro. No Brasil, por exemplo, a estimativa é que em 2060 haja 58,4 milhões de pessoas idosas (26,7% do total). Esses dados foram projetados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e colocam a população idosa em uma posição central na sociedade.
Em Contagem, a execução do Programa Vida Saudável tem trazido bons resultados e é referência para o Brasil, conforme avaliação do Ministério dos Esportes. A aposentada, Maria de Fátima Mesquita, 60 anos, é a prova de que as atividades do programa são capazes de modificar hábitos e dar sentido à vida. “Quando minha filha foi morar em Portugal, eu fiquei sozinha e cheguei a ter depressão. Retomei o gosto pela vida graças às oficinas, atividades físicas e às pessoas que conheci aqui. É maravilhoso”, enfatiza Mesquita.
A aposentada frequenta o Espaço do Saber, um dos 13 núcleos do Programa Vida Saudável implantados em fevereiro deste ano, por meio de parceria entre a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e o Ministério dos Esportes. Destes 13 núcleos, três encontram-se na regional Nacional; dois na Riacho; dois na Eldorado; dois na Industrial; e um núcleo em cada uma das regionais: Sede, Ressaca, Petrolândia e Vargem das Flores.
Em cada um destes núcleos são oferecidas atividades recreativas, culturais e de lazer com o objetivo de promover a saúde e o envelhecimento bem-sucedido. As oficinas são oferecidas de segunda a sexta-feira. Aos finais de semana também ocorrem eventos do programa, com a participação dos beneficiários e da comunidade.
[caption id="attachment_6646" align="alignleft" width="300"] Hélio Ferreira e Maria de Fátima participam das atividades[/caption]De acordo com a coordenadora-geral do Vida Saudável, Érica Carmo, a meta é atender 200 idosos por núcleo no decorrer da vigência do programa. “Queremos democratizar o lazer e a cultura, estimulando especialmente a auto-organização comunitária, o trabalho coletivo e o protagonismo de quem envelhece”, destaca.
Dentre os benefícios gerados, a coordenadora-geral observa que as atividades contribuem para a interação e a autoestima dos participantes; melhoria das condições gerais de saúde; capacitação de equipes para atuação nos cuidados e atenção à pessoa idosa; redução de gastos com a saúde, como internações e remédios; melhoria dos indicadores de envelhecimento saudável e diminuição dos participantes aos riscos sociais (violência e maus tratos).
“São resultados colhidos por meio de pesquisa e avaliação já realizadas, que nos mostram que é possível criar condições para que a população idosa seja independente e envelheça com qualidade de vida e dignidade”, explica.
O aposentado, Hélio Eustáquio Ferreira, 65 anos, é mais um exemplo bem-sucedido que encontrou nas atividades do programa um estímulo para manter a saúde em dia. “Em 2015, eu tive um princípio de infarto. Voltei a fazer academia, mas os exercícios estavam muito pesados. Foi então que resolvi conhecer o espaço, me interessei pela ginástica e, hoje, me sinto bem melhor”, contou.
Segundo Ferreira, a pressão arterial normalizou. “Também vi reflexos na força muscular, na flexibilidade e no equilíbrio. Além disso, a professora orienta que façamos os exercícios dentro do nosso limite. É muito bom, e ainda temos oportunidade de fazer amizades”, salienta satisfeito o aposentado.
Programa Vida Saudável Público-alvo: predominantemente a partir de 60 anos, incluindo pessoas com deficiência (possibilidade de inscrição a partir dos 50 anos). Inscrições: são feitas nos núcleos do programa, conforme disponibilidade de vagas. e saiba onde ficam os núcleos 2018.