Com foco na prevenção de desastres e na participação popular, a Prefeitura de Contagem lançou, na segunda-feira (10/11), o Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), durante uma audiência pública na Tenda do Encontro. O estudo, realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mapeia e detalha as áreas de risco geológico da cidade e orienta intervenções e ações prioritárias para a prevenção de desastres. Os moradores desses territórios puderam conhecer o plano proposto e sugerir ajustes, alinhando o planejamento técnico às realidades locais.
Durante a audiência, a prefeita Marília Campos enfatizou sobre os desafios históricos de Contagem em relação às chuvas e aos riscos geológicos, destacando a execução de obras de contenção e saneamento, além do papel fundamental da participação popular. “Obras de infraestrutura não são realizadas apenas com recursos municipais, por isso, é tão importante termos conseguido um financiamento do governo federal para garantir a execução de grandes intervenções. Somente na Vila Epa, foram investidos quase R$5 milhões na construção de um muro de contenção, assim como na Vila Samag e no Bairro Nascentes Imperiais, que foram contemplados com recursos para uma urbanização completa.”
Ela ainda completou afirmando que a participação da população é essencial para definir prioridades e garantir que os investimentos cheguem onde há mais necessidade. “Por meio da eleição de conselheiros, especialmente nas vilas, favelas e bairros periféricos, e de eventos como o de hoje, os moradores passam a decidir diretamente onde aplicar os recursos. Essa política fortalece o protagonismo popular e reafirma nosso compromisso em garantir tranquilidade, segurança e cidadania. Queremos garantir o direito da população de viver na periferia sem risco, viver na periferia se orgulhando disso,” concluiu a prefeita.
Sobre o Plano Municipal de Redução de Riscos
O mapeamento participativo realizado pelo PMRR estuda as áreas de risco geológico das periferias de Contagem e propõe soluções estruturais e não estruturais, buscando prevenir deslizamentos, erosões e outros processos geológicos que ameaçam a vida da população nessas áreas suscetíveis. Ele faz parte de uma iniciativa nacional e foi construído em parceria com o Ministério das Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Periferias, com o apoio da Fiocruz e da UFMG.
A professora da UFMG e coordenadora da pesquisa, Maria Giovana Parisi, afirmou que o plano é um instrumento de política pública e que apresentar para os moradores conhecerem e participarem dessa discussão é essencial para salvar vidas. “Do ponto de vista científico, o projeto é uma oportunidade de formar estudantes e jovens pesquisadores em um campo da análise e gestão de desastres. Ele fortalece a pesquisa aplicada e o papel social da universidade. Para a população o impacto é direto em suas vidas. O mapeamento dos setores de risco e a proposição de medidas de prevenção e soluções para o risco orientam as ações da Defesa Civil, as políticas habitacionais e de obras públicas, evitando tragédias. O trabalho participativo com as comunidades amplia a consciência sobre o risco e estimula o protagonismo local, contribuindo diretamente para a proteção de vidas humanas e para a construção de cidades mais seguras e resilientes,” destacou.
Ao todo, 39 áreas foram contempladas pelo mapeamento e classificadas conforme o tipo de risco e o grau do perigo. Dessa forma, o plano aponta soluções concretas para cada caso, como obras de contenção e drenagem, reassentamento de famílias quando necessário, limpeza de córregos, plantio de árvores, campanhas educativas, capacitações técnicas, entre outras ações.

Plano foi apresentado para os moradores conhecerem e participarem da discussão
Fotos: João Pedro Alcântara / PMC
Dignidade e segurança nas comunidades
Moradora da Vila Epa, dona Iranilda se emocionou ao falar das obras realizadas na comunidade onde mora há mais de 30 anos. “Vocês não sabem como é triste morar numa área de risco e ver uma criança soterrada. Quando passei por isso, pedi a Deus que mandasse uma solução e Ele enviou a equipe dessa gestão para socorrer minha classe pobre e favelada. Agradeço a todos que integram esse governo pelas intervenções feitas lá, porque nós todos merecemos morar num lugar limpo, onde nossas crianças possam crescer, brincar e sorrir. Para mim, a apresentação desse plano é a garantia de que o que foi feito na Vila Epa seja feito em todas as periferias da cidade,” finalizou.
O conselheiro de Vilas, Favelas e Periferias Igor Augusto, morador da Vila Barraginha, ressaltou que eventos como esse reforçam o protagonismo da população na tomada de decisões e fortalece a luta por direitos e dignidade. “Acho tão importante a consideração da gestão em convidar os moradores desses locais para conhecerem o estudo que foi feito e fazerem parte da busca por soluções. Pude consultar o mapa da regional Industrial que é onde moro, assim como tinha das demais regiões da cidade, e entender quais locais são suscetíveis a desastres geológicos e de que forma vamos prevenir esses perigos. Como conselheiro, poder discutir, indicar e dialogar sobre esses temas é uma realização.”
Também estiveram presentes no evento o secretário-Geral do município, Pedro Amaral; a secretária de Habitação, Mônica Bedê; a secretária de Defesa Social, Viviane França; o subsecretário de Defesa Civil, José Rodrigues; as vereadores Adriana Souza e Moara Sabóia; além dos administradores regionais, conselheiros de vilas, favelas e periferias e integrantes dos Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa (NUPDECs) .
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