O Dia do Médico (18/10) é marcado por diversas ações e homenagens a esses profissionais que, dia após dia, se dedicam a salvar vidas. Doutora Ana Flávia Drummond é um desses exemplos. Com atuação na rede pública de saúde do município desde que se formou, há 13 anos, e estando desde 2014 trabalhando no Hospital Municipal de Contagem (HMC), ela fala um pouco sobre o exercício da medicina.
Aprendizados do passado
“Quando eu me formei, a gente tinha que ser um profissional mais completo. E a gente não tinha internet assim tão disponível, o que nos preparou de tal forma, que conseguimos lidar bem em consultório, conduzir um caso de urgência, atuar em muitas áreas”, lembra Ana Flávia.
Ainda segundo a médica, muitas coisas mudaram para melhor, o que é bom para as pessoas que precisam de atendimento. “Melhorou muito o acesso, com avanços em técnicas e exames. Hoje, a gente consegue detectar doenças mais precocemente, com uma localização exata, fazer diagnósticos mais precisos. E essa é a parte boa, pois temos que andar para frente”, afirma.
Sobre sua atuação na rede pública, Ana Flávia destaca os desafios e também a evolução no atendimento. “Trabalhar no SUS não é uma tarefa fácil, mas hoje está muito melhor do que já foi antes, pois a gente percebe que avançou muito, principalmente na urgência e emergência. Acredito que isso tem a ver com outros tipos de experiência de gestão e de contratação dos profissionais, que estão mais maduros. Ainda tem muita coisa para melhorar, mas a gente percebe que está evoluindo de uma forma boa”, reforça.
O trabalho no presente
Henrique Caldeira, contratado recentemente no Centro Materno Infantil (CMI) após finalizar sua especialização, fala sobre essa transição. “A residência médica é um período desafiador, pois passamos por um processo intenso de trabalho e aprendizado. Mas valeu a pena, pois o CMI é uma maternidade referência em gestação de alto risco, com grande volume de pacientes, o que nos coloca diante de situações que enriquecem muito a formação”, afirma.
“A minha transição de residente para o corpo clínico foi bem natural. Durante a residência, vivenciamos essa rotina de perto e o que muda é o grau de responsabilidade, pois passamos a assumir a condução dos casos. A vantagem é que hoje temos uma equipe bem sólida, com profissionais sempre prontos para contribuir em prol dos bons resultados para as pacientes”, explica o médico.
Agradecido, o médico projeta o futuro. “Atualmente eu trabalho integralmente na rede pública aqui do município, na maternidade e na atenção secundária. A expectativa é de continuar evoluindo e melhorando cada dia mais o atendimento no SUS em Contagem. O CMI me acolheu durante a residência e me proporcionou uma formação da qual me orgulho. Hoje, me alegro em também poder contribuir para a formação de novos profissionais da Ginecologia e Obstetrícia”, declara.
Construindo o futuro
Jéssica Fagundes é residente no HMC e afirma que o desejo de atuar na área surgiu há muito tempo. “Tive contato com a área da saúde bem pequena, pois minha mãe começou a trabalhar como técnica de enfermagem no HMC quando eu tinha uns 11 ou 12 anos. Desde então eu senti essa vontade também”, conta.
“Iniciei minha jornada no SUS como médica em 2019, atuando quatro anos na atenção básica. Agora, na urgência e emergência, posso ver a diversidade e complexidade dos casos. Temos que colocar em prática todos os dias a empatia, a medicina baseada em evidências, para oferecer o que temos de melhor a quem busca atendimento. E o contato humano e com experiências individuais nos enriquecem também como ser humano”, reforça a residente.
“Minha experiência tem sido muito boa e proveitosa. Acho que o hospital tem crescido e melhorado todos os dias, em especial na qualidade e no cuidado com os pacientes. Eu espero terminar a residência em Clínica Médica, fazer uma nova especialização em Hematologia e, após terminar todo esse processo, talvez cravar os pés mesmo no HMC e ajudar na formação de outros residentes e estudantes”, projeta Jéssica Fagundes.
Com experiência, Ana Flávia Drummond deixa um recado para os novos e futuros médicos. “Quando você opta pela medicina, você escolhe um estilo de vida. Não é só um trabalho, mas a forma com a qual você vai conduzir a sua vida, aprender a pensar com foco nos resultados, a conversar com as pessoas, desenvolver a empatia. É preciso estar sempre disponível para entregar um pedacinho de você para poder viver ali dentro, viver bem e feliz, porque a entrega que a gente acaba fazendo é muito grande”.