Agilização das obras de contenção de enchentes executadas pelo Estado em Contagem, criação de uma agência ou de um consórcio para integração e melhoria do transporte por ônibus metropolitanos, além de uma enfática defesa do trem e do metrô para o município e a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Essas foram as pautas colocadas por representantes da Prefeitura em reunião com integrantes da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) nesta segunda-feira (19/6), na Cidade Administrativa de Minas Gerais.
No encontro, a prefeita Marília Campos defendeu a ampliação do diálogo com o governo do Estado, mas também cobrou que os interesses de Contagem sejam atendidos. Entre as demandas, o transporte coletivo metropolitano ganhou destaque. Cerca de 60% dos ônibus que circulam pelo município são gerenciados pela Seinfra. Para refazer traçados, aumentar a quantidade de ônibus e tornar o transporte mais eficiente, a prefeita propôs a criação de uma agência ou de um consórcio envolvendo os municípios e o Estado. Na visão dela, essa medida pode ser decisiva para beneficiar a população que utiliza os ônibus metropolitanos.
“Se não se criar um instrumento perene, vamos sempre ficar em torno de projetos de governos - seja o estadual ou os municipais - e que, muitas vezes, não têm a devida continuidade”, disse a prefeita ao secretário de Infraestrutura de Minas Gerais, Pedro Bruno. A agência ou o consórcio teria a participação de municípios conurbados como Belo Horizonte, Contagem e Betim, além de outros que sentissem a necessidade de discutir mais a fundo a temática do transporte.
Os representantes da Prefeitura de Contagem também destacaram que a construção do BRT da avenida Amazonas, em Belo Horizonte, precisa ter a participação efetiva dos municípios metropolitanos. “Se não houver integração, esses terminais não servirão para absolutamente nada. É importante integrar para que o serviço seja melhor e mais barato para a população”, disse a prefeita de Contagem.
O município ainda defendeu que as obras de expansão do metrô na cidade não se atenham à proposta de ir apenas até o bairro Novo Eldorado, com apenas mais 1,5 km de linha. Marília defendeu que a linha 1 do metrô seja estendida pelo menos até o entroncamento da avenida João César de Oliveira com a Via Expressa, nas proximidades de onde será construído o terminal de ônibus municipais do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM).
Outro ponto levantado pela Prefeitura foi a utilização da linha férrea já existente e que corta parte da cidade para a reativação de um trem metropolitano, nos moldes do antigo subúrbio, a exemplo do que já existe em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. A cobrança foi para que o governo do Estado aproveite a renovação da concessão dessas ferrovias a empresas privadas para cobrar a medida como contrapartida. “Os trens não precisam transportar só minério e grãos. Podem transportar passageiros como houve no passado”, disse Marília Campos, defendendo que o Estado vá até a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para discutir a questão.
Obras mais rápidas para conter enchentes
A agilização das intervenções de contenção de cheias foi outro tema abordado no encontro na Cidade Administrativa. Os integrantes da Prefeitura cobraram mais rapidez nas obras da bacia da Rio Volga, executadas pelo Estado. Além da bacia propriamente dita, também há intervenções na região da Toshiba e na avenida Francisco Firmo de Mattos; essa última que vai evitar enchentes na Vila Samag. O total das obras é de R$ 124 milhões contratados por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e mais R$ 27,8 milhões aportados por Contagem.
A administração municipal quer que as obras da Rio Volga sejam concluídas até o fim deste ano e que as outras duas intervenções sejam iniciadas antes do período chuvoso, o que já pode ajudar a conter enchentes na Firmo de Mattos, na avenida General David Sarnoff e na avenida Tereza Cristina, no limite com Belo Horizonte. “Vamos chamar a empresa responsável pelas obras e pedir que sejam mais ágeis e vamos dar um retorno à Prefeitura”, comprometeu-se o secretário Pedro Bruno.
Além da contenção de cheias no Riacho das Pedras, as obras das bacias B3 e B4, que também vão ajudar a conter as enchentes do ribeirão Arrudas, estão em plena execução. O aporte de cerca de R$ 100 milhões foi feito pelo Estado e o trabalho fica a cargo do município. “O cronograma de execução está sendo seguido”, informou o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Rômulo Perilli.
Representando Contagem, participaram do encontro, além da prefeita Marília Campos e do secretário Rômulo Perilli; o coordenador geral de Obras de Infraestrutura de Contagem, Pedro Paulo Ferreira dos Santos; o presidente da TransCon, Saint Clair Terres; e o subsecretário de Comunicação, Rodrigo Freitas. Pela Seinfra, além do secretário Pedro Bruno, estiveram presentes o subsecretário Breno Longobucco e a chefe de gabinete Carolina Vespúcio.