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ABR
25
25 ABR 2023
SAÚDE
Quais os riscos de dengue e chikungunya em gestantes? Dúvidas são respondidas por infectologista
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O médico Dario Brock Ramalho, referência técnica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde – Cievs Contagem, esclarece as principais dúvidas sobre as doenças

O enfrentamento da epidemia de dengue e, especialmente, de chikungunya envolve ações específicas para um grupo de risco que requer cuidados especiais com as gestantes. Contagem registrou até o mês de abril 85 gestantes com dengue e 22 com chikungunya, uma morte fetal por chikungunya também está em investigação. A preocupação com as grávidas, pois pertencem ao grupo de risco para formas graves das doenças, também está relacionada à chikungunya congênita, que ocorre por transmissão materno-fetal, e morte fetal.

O médico infectologista Dario Brock Ramalho, referência técnica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde – Cievs Contagem, esclarece as principais dúvidas sobre as doenças e quais cuidados as gestantes devem ter caso estejam com suspeita de dengue ou chikungunya.     

Quais riscos a gestante corre ao contrair dengue e chikungunya? Há alguma diferença entre essas doenças na gestação? Quais cuidados ela precisa ter ao apresentar os sintomas? 

As gestantes são parte dos grupos de risco para formas graves da dengue, isso não significa que, necessariamente, uma gestante que venha a adquirir dengue terá uma apresentação mais grave desta doença, mas que estas gestantes necessitam de uma maior atenção dos serviços de saúde. Como estas têm um risco maior para desenvolver uma forma mais grave da dengue, elas necessitam de acompanhamento diário, com realização de hemograma a cada uma dessas visitas, até a resolução do quadro. Em particular no caso da chikungunya, a transmissão vertical é uma preocupação. A chance da transmissão ocorrer é maior no período periparto (no último mês da gestação), caso a mãe tenha o quadro agudo da doença neste período.

No caso da gestante infectada com chikungunya, qual o risco para o bebê? 

Um dos riscos é a chikungunya congênita ocorrida pela transmissão materno-fetal. A infecção no periparto ocorre entre sete dias antes do parto até dois dias após o parto. Neste período há grande risco para a transmissão materno-fetal com manifestações clínicas.

O período de maior transmissão é o intraparto, período que compreende dois dias antes até dois dias depois do nascimento. Quando a infecção materna ocorre neste período o risco de transmissão pode chegar a 50%, sendo que 90% desses bebês podem evoluir com formas graves da doença.

A infecção pela chikungunya na gestação não está relacionada com efeito teratogênico como no caso do zika vírus, mas temos relato de abortamento espontâneo associado a esse quadro. 

Essa não é uma epidemia só de dengue, é em grande parte uma epidemia de chikungunya. Então, essa preocupação com a transmissão vertical é algo mais importante ainda do que com a dengue.

No período da epidemia do zika vírus, houve casos de bebês com microcefalia. Esse risco ainda existe? 

Com relação ao zika, este ano não temos circulação importante desse vírus. A sua associação com a microcefalia se mantém, esse risco existe ainda, embora a frequência dessa manifestação tenha ficado abaixo do que se apresentou naquela primeira epidemia nos estados do nordeste.

Como prevenir essas doenças na gestação? 

A prevenção da aquisição é dada pela contenção do vetor, neste caso o mosquito Aedes aegypti. Medidas coletivas de participação da população no controle do vetor são, sem dúvida alguma, muito importantes, pois a maior parte dos criadouros é intradomiciliar. Mas também, em especial no caso das grávidas, medidas individuais de proteção são pertinentes. O Aedes tem predileção por atuação ao longo do dia e por picar abaixo do joelho, cuidados com esta exposição e o uso de repelentes, idealmente os com icaridina, podem reduzir as chances de aquisição do vírus. Telas em portas e janelas para evitar a entrada do mosquito nos domicílios também auxiliam na proteção e, claro, o combate aos criadouros do mosquito, como água parada.

A vacina contra a dengue já existente na rede particular é recomendada para gestantes? 

Não. São contraindicadas para pessoas imunodeprimidas, alergia grave (anafilaxia) a algum dos componentes da vacina, gestantes, mulheres amamentando, pessoas sem contato prévio com o vírus da dengue (soronegativos). O que é particularmente importante é esta última contraindicação, o que torna essa vacina uma alternativa limitada para uso como ferramenta de saúde pública. E, claro, esta limitação de uso em gestantes e em alguns dos outros grupos de risco a torna indisponível justamente para aqueles que poderiam se beneficiar mais, visto que estes têm maior risco ao desenvolvimento de uma forma grave.

A mãe infectada com dengue ou chikungunya pode amamentar? 

Não existe contraindicação ao aleitamento materno, pois não há evidência da presença do vírus no leite materno. 

A gestante com suspeita de dengue ou chikungunya deve procurar primeiramente a Unidade Básica de Saúde –UBS de referência, de segunda a sexta, das 7h às 17h.  

Autor: Vanessa Trotta/PMC
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