A fim de promover melhorias na qualidade de vida de pacientes cadeirantes do município, na quarta-feira (1º/3), o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) do SUS Contagem realizou a capacitação do Projeto “Eu me cuido”, na Faculdade Una.
A ação foi voltada para o grupo prioritário de usuários e cuidadores de pacientes que fazem cateterismo uretral, como destacou a diretora do SAD, Andréia Devislanne: “É um projeto para os pacientes que necessitam desse cateterismo e convivem com infecções urinárias de repetição. Vamos ofertar um novo tipo de cateter que visa reduzir o número de infecções urinárias desses pacientes”.
O primeiro momento foi de apresentação do projeto e capacitação dos usuários que já fazem o autocateterismo e dos cuidadores que os auxiliam. Posteriormente serão feitas avaliações do domicílio, fornecimento imediato dos cateteres e monitoramento da redução da infecção urinária nos pacientes.
O “Eu me cuido” está sendo realizado em parceria com uma empresa especializada na fabricação de cateter hidrofílico e que tem a responsabilidade de apresentar o cateter e fazer o acompanhamento do paciente para uso em domicílio.
Qual será a mudança?
O cateter vesical é uma espécie de sondagem urinária, principalmente, para pacientes com lesão medular aguda ou crônica. O novo cateter hidrofílico possui um revestimento que, com a adição de água, torna possível a inserção praticamente sem fricção e a remoção do cateter sem o uso de um gel lubrificante. Ele é fácil de manipular, já vem lubrificado, não causa dor e é descartável.
A médica Cláudia Sueli da Rocha disse que o cateter hidrofílico é o ideal. “Um dos maiores problemas que nós temos é a falta do cateter e a sua reutilização. É muito importante iniciar o protocolo com um dos cateteres vesicais mais modernos e mais adequados à saúde do paciente, principalmente, o cadeirante, aquele que tem necessidade especial, às vezes paraplegia ou tetraplegia”, contou.
A infecção do trato urinário é uma das maiores causas de internação e evolução para quadro séptico, podendo levar a uma infecção generalizada, que se não tratada e controlada adequadamente pode levar ao óbito.
“Uma das portas de entrada mais comuns para infecções generalizadas é a infecção do trato urinário. Quando ocorre com o cadeirante, ela requer cuidados redobrados pelas dificuldades neurológicas da micção, que é o esvaziamento da bexiga. Ele pode ter urgência urinária, uma vez que mesmo urinando pouco, ainda que em mais vezes, acontece de ficar um resíduo que acaba se tornando uma porta de entrada para infecção. Esse cateter vem combater tudo isso, pois não permite o refluxo e faz uma sondagem perfeita, tanto para bexiga neurogênica hipoativa ou hiperativa”, ressaltou a médica.
João Marcelo Ferreira, 47, é cadeirante e afirmou já conhecer o cateter, afirmando que “a situação dos usuários vai melhorar muito, porque a gente vai passar a ter uma facilidade maior e, consequentemente, melhor qualidade de vida”.
Glaucineia Aparecida Teixeira, mãe de Christopher Jonathan Teixeira, que faz cateterismo uretral, falou que achou uma boa iniciativa e que o novo cateter vai trazer muito mais conforto para o filho. “Ele faz autocateterismo e esse produto vai oferecer muito mais qualidade, vai evitar traumas, infecções. Então acho bem interessante”.