A Secretaria de Saúde, por meio do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), promoveu, em sua sede, na quarta e quinta-feira (29 e 30), uma mobilização sobre as práticas ilegais de trabalho infantil. A ação contou com a participação de servidores das secretarias de Saúde e de Desenvolvimento Social, representantes da Comissão Municipal Permanente da Erradicação do Trabalho Infantil (Competi), de conselhos tutelares e do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti).
A diretora do Cerest, Fátima Brant, ministrou a palestra e citou a importância da participação de todos no combate ao trabalho infantil. “As pessoas que estiveram aqui serão articuladores e multiplicadores desse tema, principalmente nas escolas de Contagem”, anuncia.
Entre os temas abordados, estavam as convenções da Organização Internacional do trabalho (OIT), os prejuízos do trabalho infantil na vida da criança e adolescente, além das maneiras de se combater o problema. “Temos que lutar para impedir e melhorar o futuro das nossas crianças”, afirma.
De acordo com Fátima Brant, o Cerest já realiza várias mobilizações e tem um carinho especial sobre o trabalho infantil. “O Cerest é o representante da Secretaria de Saúde junto ao Competi, e o Ministério da Saúde nos incumbiu, junto com a Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat), a ter um olhar mais aguçado sobre o trabalho infantil”, ressalta.
Representante do Conselho Tutelar da regional Industrial, Daiane Ribeiro reconhece a importância desse tipo de mobilização: “É o segundo ano que venho participar e achei muito importante essa ação sobre o trabalho infantil, principalmente sobre os danos que podem causar à criança e ao adolescente e a ênfase sobre o direito deles à educação, à saúde e ao lazer”, declara.
Erradicação do trabalho infantil
Junto com as palestras para os servidores, o Cerest vem desenvolvendo várias atividades que visam erradicar o trabalho infantil. Além da vigilância contínua nas empresas, já está sendo programada uma ação na Vila Ipê, onde crianças estão trabalhando como descascadoras de alho.
Entre as atividades que já estão em andamento, Fátima Brant destaca que a equipe do Cerest começou, no dia 18 de maio, a abordagem às crianças catadoras do CeasaMinas, que além de estar realizando um trabalho infantil, correm risco de serem aliciadas. “Estamos retornando com um trabalho que fizemos há 10 anos e foi até premiado. O problema voltou agora e vamos fazer tudo para erradicar isso”, promete.
O técnico de segurança do trabalho do Cerest, Alexandro Anselmo, falou sobre como o trabalho infantil pode prejudicar a saúde das crianças e jovens no futuro. “Se essas crianças forem expostas a um ruído excessivo, podem ter problemas de audição. A longo prazo, podem desenvolver fadiga, estresse e correm o risco de ficar estéreis. E quando elas trabalham carregando muito peso, acabam tendo problemas na lombar, no joelho, ombro”, ressalta. Como consequência, esses jovens e crianças acabam chegando ao mercado de trabalho já com vários problemas de saúde.
Texto da estagiária Milla Silva, sob supervisão de Lucas Santos









