A Doença de Chagas, infecção causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, permanece como um desafio de saúde pública que exige atenção constante da população. A transmissão não tem um período fixo, mas pode seguir padrões ligados ao inseto transmissor — barbeiro — e a condições ambientais, como temperatura e umidade.
Ao contrário do que muitos pensam, o barbeiro não transmite a doença diretamente pela picada, conforme explica a bióloga da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVZ) de Contagem, Virginia Santana. “A infecção ocorre quando a pessoa coça a região picada e as fezes contaminadas do inseto, depositadas na pele, penetram na corrente sanguínea através do orifício deixado pela mordida. Outras formas de contágio incluem a via oral (ingestão de alimentos contaminados), a transfusão de sangue e a transmissão vertical, de mãe para filho durante a gestação ou parto”.
Virginia esclarece ainda que a enfermidade apresenta duas fases distintas. “A fase aguda dura de três a oito semanas e os sintomas incluem febre prolongada, dor de cabeça e fraqueza. Sem o tratamento adequado, o paciente pode permanecer assintomático por duas a três décadas. Após esse período latente, a fase crônica se manifesta, frequentemente com quadros graves de problemas cardíacos e digestivos. Por isso, o diagnóstico rápido é vital”.
No SUS Contagem, o tratamento para a doença de Chagas está disponível gratuitamente, o que garante a cura quando iniciado precocemente. O tratamento visa eliminar o parasita Trypanosoma cruzi do organismo, sendo mais eficaz nas fases iniciais da infecção.
A prevenção se concentra na eliminação de ambientes que servem de abrigo para o vetor, como o acúmulo de madeira, pedras e entulhos, que oferecem um local ideal para o barbeiro. Para evitar a colonização pelo inseto, é essencial manter a residência limpa e vedada, realizar monitoramento regular dos esconderijos e estar atento aos sinais da presença do parasita.
Caso o morador identifique um inseto suspeito, a orientação da UVZ é não o matar, para facilitar a identificação laboratorial. O procedimento correto é proteger as mãos (usar luvas ou saco plástico), recolher o inseto com cuidado, sem o esmagar, colocá-lo em um pote plástico, preferencialmente com tampa de rosca, e entregar o recipiente na UVZ ou solicitar o recolhimento.
O engajamento da sociedade é parte dessa solução. “A doença de Chagas pode ser tratada e curada quando diagnosticada a tempo. Avançar no seu controle e prevenção é uma tarefa fundamental para garantir o direito à saúde às pessoas afetadas”, conclui a bióloga.
UVZ Contagem
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