O Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi) ganhou um novo visual com a criação de um mural de grafite. Com o tema “Voar sem tirar os pés do chão”, as crianças e os adolescentes que fazem parte do projeto "Meu Rolê" se juntaram aos usuários do CAPSi e deram vida ao muro que era branco.
Para P. A., 11, que faz parte do “Meu Rolê”, essas intervenções são um espaço de fala e expressão. “A criatividade, o desenho, a pintura, tudo isso é um dos vários jeitos de expressar a arte e as emoções. Então, eu gosto muito do poder da arte. Agora que eu comecei a praticar bastante, estou percebendo minha evolução”, conta.
Antes de o grafite ganhar forma nas paredes, as crianças e os adolescentes se reuniram para o processo de criação da temática em que foi desenvolvido o projeto. “Nós conversamos sobre qual a ideia que eles têm em mente para externar através da arte do grafite. Aqui, nós trabalhamos de acordo com a frase que eles escolheram. A partir dela o mural foi criado”, revela o oficineiro, mais conhecido como Wellington Neguinho.
A usuária do CAPSi, S. S., 14, se inspirou em uma série para grafitar o que estava sentindo. “É a primeira vez que eu faço isso, e não tem explicação. É liberdade, expressão e felicidade. Estou amando. Quero deixar uma frase para todos: viva do seu jeito!”, disse.
Crianças e adolescentes do "Meu Rolê" aprendem a arte do grafite
Humanização dos espaços
Com o projeto 'Meu Rolê', crianças e adolescentes da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) estão transformando os espaços públicos da cidade em locais mais acolhedores e humanizados. Essa iniciativa tem fortalecido vínculos e promovido um sentimento de pertencimento entre os participantes. “A aceitação tem sido muito bacana. A experiência que os meninos estão tendo, faz uma diferença enorme, tanto para nós quanto para eles”, avalia o também oficineiro, Rey.
O “Meu Rolê” é voltado para crianças e adolescentes, de seis a 18 anos, prevendo um distanciamento da maneira como a sociedade pauta as questões de sofrimento mental ou sofrimento mental decorrente do uso de álcool e outras drogas nessa faixa etária, com a diretriz de ir na contramão da patologização e medicalização da infância e adolescência.
A porta de entrada é a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência ou o Centro de Atenção Psicossocial Infantil, que avalia o caso e realiza os encaminhamentos necessários.
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