Compreender a formação de crianças e estudantes com uma aprendizagem de forma ampla, respeitando as individualidades e promovendo a integração com a comunidade escolar são bases da política educacional em Contagem. Esse entendimento de educação integral foi debatido no “Seminário de Abertura do Ano Escolar 2024”, transmitido ao vivo pelo canal da Educação no Youtube, na manhã desta quinta-feira (1/2), com participação de educadores da rede municipal e da Fundação de Ensino de Contagem (Funec).
O evento, cujo tema foi ‘Currículo, Avaliação e Educação Integral – um desafio para a educação no século XXI’, foi promovido pela Secretaria de Educação de Contagem (Seduc) e ministrado pelo professor de matemática da Universidade Federal Fluminense, doutor Carlos Mathias.
A prefeita Marília Campos acompanhou o seminário e destacou a importância do envolvimento da comunidade escolar dentro da construção das políticas educacionais do município. “Compartilho dessas concepções do projeto pedagógico e político. Através da educação podemos promover transformações mais coletivas, ousadas e duradouras. A dimensão da comunidade escolar precisa também ser colocada. As famílias precisam ser envolvidas”, afirmou.
A secretária de Educação e presidente da Funec, Telma Fernanda Ribeiro, apontou os desafios na aplicação da educação integral nas escolas de Contagem. “Nosso maior desafio é repensar a relação da escola com a comunidade e com os territórios, que tem que ser mais próxima. Não podemos perder de vista as finalidades do processo educativo, que são a emancipação, a libertação e a humanização do ser humano. Se conseguirmos fazer isso com o envolvimento, afeto e acolhida de nossas crianças, estudantes e educadores, vamos avançar um pouco mais”, apontou.
Durante sua palestra, Carlos Mathias apresentou aos educadores do município reflexões sobre a realidade das escolas brasileiras dentro das salas de aula e os desafios para a educação integral, considerando o cidadão como um ser “amplo e complexo”.
“A educação para o sujeito integral deve ser percebido de uma maneira total, holística e ampla. A educação integral de qualidade passa pela dimensão individual, interpessoal, sociocultural, sociopolítica, pela cidadania e pela ética”, disse o professor
Para corroborar essa concepção, o professor tratou de conceitos sobre o ensinar, o aprender e a avaliação, cuja tradição determina “que todo mundo aprenda a mesma coisa, no mesmo tempo”. Dentro da política de educação integral, entretanto, afirma o professor Carlos Mathias, o desempenho e as notas “não são sinônimos” de aprendizagem. É preciso reconhecer que os “erros são naturais e inevitáveis e fazem parte de qualquer aprendizagem”, disse.
Outras concepções levantadas durante o seminário e que têm impacto na aprendizagem de crianças e estudantes referem-se às definições de habilidades e competências assim como novas formas de avaliações dessas aprendizagens.
O Seminário de Abertura do Ano Escolar 2024 ‘Currículo, Avaliação e Educação Integral – um desafio para a educação no século XXI’ pode ser assistido na íntegra pelo link https://www.youtube.com/watch?v=hmRzVmMgreQ
Carlos Eduardo Mathias Motta é Doutor em Matemática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mesma instituição em que concluiu seu mestrado. Atualmente é Professor Associado do Departamento de Matemática Aplicada (GMA) da Universidade Federal Fluminense. Administra o
‘Canal Matemática Humanista’, no Youtube, com palestras, programas e eventos ao vivo para estudantes, professores, famílias e interessados que buscam apoio e estímulo para transitarem pela Matemática, seja na vida, na Educação Básica, ou no Ensino Superior.
“Escolas são espaços de construção, debate e diálogo. A escola pertence a um território, dentro de um contexto específico. Os pilares da educação integral são o respeito, a solidariedade e a cooperação”, salientou Carlos Mathias.