A Prefeitura de Contagem realizou a segunda etapa da III Conferência Municipal de Cultura, que teve como tema “Reconstrução, Participação e Ação”. O evento aconteceu na manhã e tarde do último sábado (21/10), no auditório da Prefeitura, e contou com a participação do secretário e do subsecretário de Cultura, Ramon Santos e Marcelo Bones, respectivamente, de artistas, produtores e representantes da sociedade civil.
O momento foi destinado a revisar as propostas deliberadas na primeira parte da conferência, realizada em agosto de 2022, e debater dois novos eixos: “Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade” e “Direito às Artes e às Linguagens Digitais”. No ano passado, os eixos temáticos debatidos foram “Institucionalização, Marcos Legais e Sistema Nacional de Cultura”, “Democratização do Acesso à Cultura e Participação Social”, “Identidade, Patrimônio e Memória” e “Economia Criativa, Trabalho, Renda e Sustentabilidade”.
A cerimônia de abertura do evento ficou à cargo do subsecretário de Cultura, Marcelo Bones, que ressaltou a importância da cultura e da arte como uma ferramenta de mudança social. “A cultura não é um desejo, ela é uma necessidade. A cultura é um direito da população e o estado tem que colaborar com esta política”.
O evento contou com uma mesa de abertura, na qual foi introduzido o tema dos dois eixos a serem discutidos este ano. Participaram da conversa o jornalista Felipe Pedrosa, a superintendente de Políticas Culturais, Aniele Leão, e o superintendente de Gestão Integrada, Rodrigo Barroso.
Ao se referir a questão do eixo “Direito às Artes e às Linguagens Digitais”, Felipe Pedrosa destacou que “o setor cultural precisa repensar os lugares de ocupação a partir do virtual”. Nesse sentido, Pedrosa ainda pontuou que as plataformas on-line não são inimigas da arte, mas uma forte ferramenta de formação de novos públicos.
Sobre o eixo , “Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade”, a superintendente de Políticas Culturais, Aniele Leão, enfatizou que “são pautas muito importantes para garantir a inclusão dos grupos minoritários da sociedade. É uma demanda não apenas do Ministério da Cultura, mas também da Secretaria Municipal de Cultura”.
A superintendente ainda destacou que desde 2021, os editais da Cultura já contam com cotas específicas para mulheres, pessoas negras e membros da comunidade LGBTQIAP+, o que tem permitido uma maior equidade nos editais culturais de Contagem.
Pabs Andrade, produtora e membro do Fórum Popular de Cultura, ressaltou duas grandes importâncias, tanto para os artistas quanto para a sociedade civil. “Depois do hiato da pandemia, a gente tem uma percepção do atraso que aconteceu com o setor artístico e o que a gente precisa reconstruir. Para o setor civil, a importância está no reconhecimento da cultura no geral, e, a partir disso, um envolvimento na construção do setor cultural”, destacou a produtora.
A Conferência de Cultura é um mecanismo muito importante de interlocução e articulação entre o poder público e a sociedade civil, na busca de construir, democraticamente, as políticas culturais e a garantir que o máximo de manifestações, coletivos e agentes culturais sejam reconhecidos, valorizados e incorporados nas ações da administração pública. Em breve, todas as resoluções e propostas apresentadas na conferência serão amplamente divulgadas para toda a população.
Conferências anteriores
Os eixos temáticos das conferências culturais são responsáveis por orientar e conduzir os debates realizados ao longo de todo o processo. Em Contagem, já foram realizadas duas outras edições do evento, sendo uma em 2005 e outra em 2013. A primeira trouxe como tema “Contagem: Diversidade e Identidade Cultura” e contou com quatro eixos: 1) Memória e Patrimônio Cultural; 2) Financiamento da Cultura; 3) Gestão Pública da Cultura; 4) Criação, Promoção, Formação e Difusão Cultural. A segunda edição do evento apresentou o tema “Uma Política de Estado para a Cultura: Desafios do Sistema Municipal de Cultura”. Os eixos abordados em 2013 também foram quatro: 1) Implementação do Sistema Municipal de Cultura; 2) Produção Simbólica e Diversidade Cultural; 3) Cidadania e Direitos Culturais; 4) Cultura e Desenvolvimento.
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