A Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, o Caic Riacho, promoveu neste sábado (26/8), a Mostra Científico-Cultural “O Protagonismo Feminino e os Direitos das Mulheres - Jack Miranda”, uma homenagem à Jacqueline Miranda Evangelista Ferreira, que trabalhava como monitora de inclusão e morreu em fevereiro desse ano, vítima de feminicídio. A prefeita de Contagem, Marília Campos, participou da homenagem a Jaqueline, solidarizando-se com os familiares, entre eles, a filha, os pais, os irmãos e irmãs que estavam presentes, além dos amigos e colegas de trabalho.
“Esse encontro que a gente faz é muito importante, porque é um encontro que marca a dor das pessoas que a conheceram, mas que é também importante para garantir que a presença da Jaqueline esteja sempre presente. Porque a cada vítima da violência contra a mulher temos que nos dar as mãos, pois muitas mulheres morrem pelo simples fato de serem mulheres. É muito importante a nossa solidariedade, a nossa denúncia, que os fatos sejam apurados e que as mulheres tenham o seu direito à vida assegurado. É o que queremos”, disse a prefeita.
A bibliotecária Mary Angela Alves de Mello, funcionária da escola, leu uma homenagem feita pela irmã da vítima, que emocionada, estava e com a voz embargada. Segundo Mary, Jaqueline era uma pessoa que soube acolher e dar as mãos aos estudantes que eram especiais. “Ela foi uma pessoa extremamente importante e que faz muita falta. Ao darmos seu nome à mostra, queremos com isso conseguir cortar o ciclo da violência. Para que nossas meninas não enveredem por esse caminho da violência. Independente dos fatos que levaram à morte dela, ela sofreu uma violência. A gente tem falado para as nossas meninas que prestem atenção aos sinais. Às vezes uma xícara que se quebra, um tapa devem ser considerado. A importância disso é quebrar a violência e trazer o protagonismo feminino", disse.
As mensagens, seja da prefeita, da bibliotecária e de tantas outras mulheres da comunidade escolar que reverenciaram Jaqueline durante a manhã deste sábado, já ecoam em meninas de todas as idades, como a estudante, Maria Vitória Silva Ramalho, 11 anos, do 6º ano. “Hoje em dia existe o feminicídio, infelizmente. Então, isso aqui é importante para que a gente consiga se unir, não permitir esse absurdo. É importante para que nós mulheres possamos nos proteger, nos unir, afinal não podemos ser brigadas, mulheres devem ser unidas.”
fato
Jaqueline Miranda Evangelista Ferreira era monitora de atendimento à inclusão na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, no Caic Riacho e morava também na região. No dia 2 de março deste ano, ela foi atropelada no Anel Rodoviário, no Bairro Olhos D’água. Segundo investigações da Policia Civil, o suspeito é o próprio marido.
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