Contagem realizou mais uma solenidade do Prêmio Efigênia Francisca. Em sua 9ª edição, a homenagem reconhece o trabalho de mulheres atuantes no município, que visam o estímulo à inclusão social de mulheres negras, por meio do fortalecimento da reflexão acerca das desigualdades enfrentadas nos mais diversos âmbitos da sociedade, perpetuando, assim, o legado e luta de Dona Efigênia Francisca.
A solenidade de premiação foi realizada na comunidade dos Ciriacos, na data de 25 de julho, em razão da celebração do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, bem como do Dia Nacional de Tereza de Benguela. A cerimônia foi aberta com uma apresentação dos membros da comunidade dos Ciriacos, que entoaram cânticos e realizaram uma cerimônia tradicional.
Jéssica Gabriela de Souza Isabel, agraciada pela atuação relevante junto a migrantes e refugiados, ressaltou a importância do reconhecimento e valorização da mulher negra na sociedade, estejam elas ou não em premiações. “Anteriormente, eu disse que não me achava merecedora do prêmio. É uma problemática que vai muito além do processo de receber um prêmio, pois nós mulheres pretas duvidamos várias vezes do nosso merecimento”. Emocionada, ela destacou a importância do momento também para agradecer “aos companheiros, aos que vieram antes, aos que estão aqui e a todas as mulheres que conosco estão lutando”.
De acordo com Jéssica, o reconhecimento é a representação de todo um processo, de um coletivo, não é só um nome. “Quando estamos aqui na frente carregamos um coletivo. Eu sei que não ando só, por isso, gostaria de parabenizar todas aqui presentes, todas que, mesmo sem prêmio ou certificado, fazem um trabalho maravilhoso”, enfatizou.
O Prêmio Efigênia Francisca é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, por meio da Superintendência de Políticas para Promoção da Igualdade Racial, e do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial.
Efigênia Francisca
Dona Efigênia Francisca Martins foi uma importante liderança da confraria da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e da comunidade Ciriacos. Criadora da guarda de congo feminina, nasceu em 20 de novembro de 1947 em Cristiano Otoni e faleceu dia 5 de março de 2006. Francisca migrou para Contagem ainda criança. Morando nas mediações da comunidade dos Ciriacos, conheceu Antônio Ciriacos, com quem viria a se casar e ter 8 filhos, 12 netos, 3 bisnetos e 6 filhos adotivos, que carregam o seu legado dentro e fora da comunidade e do município.
Participaram da solenidade o secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Lino; o superintendente de Política para a Promoção da Igualdade Racial, João Pio; a presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Patrícia Silva; representante da Secretaria da Cultura, Luércia Vieira; o vereador Gegê Marreco; e Antônio Muniz, patriarca da Comunidade dos Ciriacos.
Foram premiadas 15 mulheres, nas seguintes categorias:
Além delas, na categoria Honraria especial, as quatro filhas de Efigênia Francisca - Nicinha, Vânia, Maria e Tati - também foram prestigiadas com o prêmio.
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