Dentro da programação dos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, a Secretaria da Mulher e da Juventude promoveu, na última terça-feira (2/12), uma roda de conversa com homens que compõem o programa de acompanhamento de alternativas penais. O objetivo do encontro foi discutir, de forma educativa, a perspectiva do homem no fortalecimento do combate contra a violência de gênero. Foram debatidos temas como saúde mental e os tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha.
A iniciativa é uma parceria entre o Espaço Bem-Me-Quero, equipamento municipal que atua na assistência, acolhimento, orientação e encaminhamento das mulheres vítimas de violência doméstica no município, e o Centro de Prevenção à Criminalidade (Ceapa), entidade estadual que gerencia as penas e medidas judiciais que são cumpridas fora do sistema prisional, responsabilizando o indivíduo e facilitando sua reintegração social.
Para a psicóloga do Bem Me Quero, Lucivania de Souza, ações como essa são essenciais para uma mudança de mentalidade. “É assim, é com base no diálogo, que vamos tentar entender os dois, agora em específico, a orientação é para o homem. É uma forma de levar informação, orientação, para que ele tenha um entendimento dessas violências que são naturalizadas.’’
“A violência é uma questão de saúde pública. Temos que começar a trabalhar para mudar a mentalidade de todos para que possamos realmente fazer uma mudança significativa", completou a psicóloga.
A analista social do grupo reflexivo da Ceapa, Cynthia Martins, explicou sobre a importância de iniciativas de programas como esse. ‘’Para a gente é importante manter esse espaço, a gente sabe que é importante discutir violência com os homens. A nossa taxa de reincidência é pequena porque a maioria deles, quando participam do grupo uma vez, não retornam para a gente.’’
Ceapa
O Ceapa é um programa, ligado geralmente às secretarias de Estado de Justiça e Segurança Pública, que recebe pessoas que estão cumprindo alternativas penais, com foco na prestação de serviços à comunidade. O órgão, também, realiza projetos temáticos como a execução de alternativas penais, ações de responsabilização de homens processados e julgados no âmbito da Lei Maria da Penha (grupos reflexivos) e o acompanhamento de pessoas em cumprimento de Medidas Cautelares Diversas da Prisão (MCDP). São grupos de 12 encontros semanais com duração de duas horas.
