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21 NOV 2025
AGENDA CULTURAL
CULTURA
Festival Gastronômico celebra a força quilombola no Dia da Consciência Negra
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Comunidade Quilombola dos Arturos realiza festival inédito e reforça protagonismo por meio da culinária, memória, ancestralidade e tradição

A Comunidade Tradicional Quilombola dos Arturos realizou, nesta quinta-feira (20/11), o 1º Festival Gastronômico Quilombola, uma celebração inédita que marcou o Dia da Consciência Negra com culinária ancestral, saberes tradicionais, apresentações culturais e o lançamento de um livro. O evento reforçou o protagonismo da comunidade na preservação da memória do povo negro em Contagem. Realizado ao longo de todo o dia, o festival reuniu moradores, pesquisadores, lideranças do movimento negro, autoridades municipais, mestres da cultura popular e visitantes que foram conhecer de perto os sabores e as histórias que atravessam gerações dentro do quilombo.

A programação começou cedo, com a Cozinha Show “Aquilombando Saberes”, que apresentou quitandas tradicionais preparadas pelas mestras da comunidade e a chef Kelma Zenaide. Em seguida, foram realizados a solenidade de apresentação dos parceiros, a tradicional Mesa do Café Quilombola e o lançamento do livro “Tem que por Sentido”, do escritor José Bonifácio da Luz, conhecido como Bengala.

A manhã e à tarde foram marcadas por apresentações culturais: grupo de capoeira, Tambores da Amonp, roda de conversa com as mestras, degustações, show empolgante de Maurício Tizumba e outros momentos que celebraram a força da cultura afro-brasileira.

  
Além de apreciar os pratos da culinária quilombola, os participantes acompanharam apresentações de capoeira e o show do cantor Maurício Tizumba - Fotos: Fábio Silva/PMC

 

Durante o festival, a prefeita Marília Campos destacou o significado da culinária quilombola como expressão de resistência e identidade. "Eu quero dizer que, mais do que conhecer e provar essas delícias, quando elas são preparadas num dia como esse, são um ato de demonstração da nossa resistência, da luta do povo negro e de todos aqueles que apoiam para construir uma cidade e um país antirracista. A gente, quando mantém a memória viva das tradições, da cultura, dos costumes, também faz um ato político de resistência”.

“Falei para as mestras que eu virei trocar receita, porque eu também sei cozinhar. Qualquer dia eu venho aqui fazer minha rosquinha ou meu feijão tropeiro. Viva o Dia da Consciência Negra, viva a cultura, viva as tradições e uma salva de palmas a todas essas mulheres!”, saudou Marília.

A prefeita aproveitou a oportunidade para denunciar os impactos do traçado do Rodoanel Metropolitano sobre o território quilombola, reforçando que apesar do governo Zema não ter chamado os quilombolas para discutir o traçado, que vai destruir a comunidade, a Federação Quilombola entrou com uma intervenção judicial que suspendeu a licença prévia do rodoanel.

O secretário de Cultura, Ramon Santos, ressaltou a força das tradições e a importância da comunidade. “Neste grande quintal, a gente aprende muito. Não são vocês que aprendem conosco, nós é que aprendemos com vocês. O quilombo dos Arturos põe muito sentido na nossa vida. Muito obrigado e que a gente siga juntos por muito tempo”.

Naiara, liderança da comunidade, reforçou a importância do apoio do poder público para o desenvolvimento do quilombo. "Olhar para os 140 anos de existência da comunidade e ver onde estamos hoje… temos muita gratidão. É muito importante termos um governo que seja atento à nossa cultura. Saber que temos você é um alento para o nosso coração. A Comunidade dos Arturos precisava marcar essa data. Hoje reafirmamos nosso compromisso com a memória e a luta do nosso povo”.

Força histórica da comunidade

Com mais de 140 anos de existência, os Arturos são referência nacional na preservação de tradições afro-brasileiras. A comunidade recebeu o primeiro registro de Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais na categoria “lugares” e mantém importantes bens culturais, como as festas de Nossa Senhora do Rosário, João do Mato e da Abolição; Congado e Guardas de Moçambique; rito da benzeção; cozinha tradicional quilombola; Folia de Reis; e os saberes sobre plantas e cura ancestral. Essa herança viva foi celebrada durante todo o festival, que uniu gastronomia, cultura e ancestralidade.

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Autor: repórter Pablo Abranches / Edição e revisão: Ana Paula Figueiredo