No bairro Riacho das Pedras, em Contagem, ela é conhecida. É por lá que sempre morou. Cineasta de formação, Karen Suzane tem como portfólio a realização dos curtas-metragens “Um vestido para ver a mamãe”; “O capitalismo matou meus pais”; “A mulher que eu era”; “desabafo”; “A janela e o vento”; “Poesias de primavera; e da websérie “DNA gastronômico”.
Essa paixão pelo cinema começou cedo, ainda aos 13 anos. "Foi a época da internet discada e ali começou minha curiosidade pela montagem de filmes, imagens, slides, fazer os créditos similares aos que apareciam em filmes. E aí veio a pergunta: se faço os créditos, posso fazer o filme?”, contou ela, que se formou em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal Fluminense - UFF.
Ao longo de sua carreira, prêmios foram conquistados. “A mulher que eu era” foi um curta que ganhei quatro prêmios e mais recentemente fui agraciada pelo Hubert Bals Fund que, associada ao Festival de Roterdã, na Holanda, desempenha um papel importante em financiar e promover o cinema independente do mundo inteiro. Os fundos são destinados a projetos em fase de desenvolvimento, analisados por um júri de especialistas”.
“Esse último prêmio, que foi sobre roteiro e é um incentivo internacional, vai possibilitar o desenvolvimento do roteiro da produção “Quatro meninas”, que está pronto, traduzido para o inglês e para o francês”, disse.
Karen Suzane tem projeção de ir mais longe. Os sonhos dela são além de Contagem e além do Brasil. Nesta sexta-feira (27/1), Karen Suzane embarca para Roterdã, na Holanda, onde vai acompanhar de perto o famoso festival de cinema na cidade. “Vamos atrás de uma coprodução internacional e de parceiros para investir no filme, que vai trazer uma história muito legal, um filme de época, que espero, seja um sucesso”, contou.
Tudo é novidade, segundo a cineasta. “Esta viagem é uma realização e será a busca de parceiros para um projeto muito legal. Serão cinco dias por lá, vamos participar de oficinas, conversar com potenciais parceiros, mostrar o projeto e, esperamos, possamos ter novidades.
Fã do cineasta chinês Zhang Yimou, James Cameron, Steven Spielberg, mas também dos brasileiros Glenda Nicácio, Gabriel Martins e André Novaes, Karen traduz a produção como um olhar necessário e único. “São referências na minha carreira, pois trazem formas de se expressar muito diferenciadas”, externou.
Incentivada pela família, em especial pela mãe, Márcia, e pela madrinha, Sandra, Karen também ressalta que muito da sua vontade também parte de dentro dela. “Esse incentivo de pessoas próximas é muito válido, mas se a gente não consegue se motivar diariamente, analisando capacidades, metas e buscando esses objetivos, os resultados não acontecem. É preciso correr atrás e estar sempre cercada de pessoas que nos fazem bem”, relatou, destacando também o amigo Lucas Tunes.
E sobre o sonho, isso não é difícil de descobrir. Os olhos de Karen brilham ao pensar no futuro: “Quero deixar um legado, trabalhando conceitos, inspirações, trabalhando com humildade, conseguindo respeito das pessoas, elogios, conquistando meu espaço e ser uma referência dentro do cinema. Por que não chegar em lugares nunca antes ocupados? Ser reconhecida passa por isso, nacionalmente e internacionalmente. Quem sabe, mais um passo não seja dado a partir de 27 de janeiro?”, perguntou, sorrindo.