Parte importante da mobilidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a alça do metrô Eldorado, em Contagem, está recebendo obras importantes de contenção de encostas.
A intervenção foi necessária após parte do talude ceder em decorrência das chuvas deste ano. Para reestruturar o talude, a Prefeitura de Contagem, por meio da Subsecretaria de Manutenção, utilizou uma técnica nova e sustentável: a implantação de sacarias rip-rap biodegradáveis que, além de dar mais segurança, farão a recuperação da vegetação no local.
As sacarias contém, ao invés de materiais comuns, linhagem com terra vegetal, substratos e sementes braquiárias que irão garantir a contenção com vegetação natural e um sistema drenante para que as águas pluviais não tragam um novo processo erosivo.
Quem explica melhor esse processo é a engenheira da subsecretaria, Evandra Laine. “Nós estamos colocando substrato dentro dos sacos de linhagem. Isso porque o saco de linhagem vai apodrecer rapidamente, e o que restará é apenas o material que está dentro dele. O substrato dentro do saco é uma terra vegetal que contém sementes de braquiária. Na hora em que chover, a plantinha irá brotar e nascer. Na época, o secretário solicitou um projeto construtivo, que não fosse tão impactante visualmente. Dessa forma, estavam descartadas alternativas como muros de concreto ou gabião. Foi aí que um dos nossos fiscais trouxe essa alternativa das sacarias ecológicas”, explicou.
As vantagens desse tipo de encosta é o custo-benefício, se tornando uma opção mais ecológica e com custo até cinco vezes mais barato. “As contenções mais comuns são feitas com concreto, blocos pré-moldados, entre outros, mas seu custo é maior devido aos insumos como ferro e cimento. Outro fator importante é que seria necessário um sistema drenante no próprio talude. A sacaria é uma experimentação que estamos fazendo, com uma técnica ecológica onde buscamos evitar um custo maior e, principalmente, buscar uma solução definitiva que seja ambientalmente correta”, salientou a engenheira.
De acordo com o também engenheiro, João Bahia, essa nossa solução tem um custo cinco vezes menor, uma vez que praticamente tudo o que se usa é de reaproveitamento. “Terra vegetal e saco de linhagem são itens comuns e baratos, bastante utilizados para a produção agrária. Com o tempo aquela semente vai brotar e recompor a vegetação toda do local. A maior vantagem é que essa ação, além de ecológica, será definitiva. A proteção ali durará até o resto da vida”, pontuou. A obra está na fase final e deve ser concluída em breve.
Próxima intervenção
A Subsecretaria de Manutenção já identificou que existe, na mesma região, no trecho do lado sentido Belo Horizonte, um início de um processo erosivo. Portanto, assim que a obra de contenção for finalizada, os serviços começarão neste outro ponto.
Para resolver o processo erosivo, a Prefeitura vai adequar os sistemas de drenagem e implantar uma canaleta que coletará a água e não deixará que ela desça com velocidade, infiltrando no talude. “Assim como as sacarias, essa solução também é sustentável. Cada vez mais estamos buscamos deixar de usar cimento, areia, brita e ferro, que são insumos cuja produção não é ecológica. Ao mesmo tempo, procuramos reutilizar os materiais recicláveis, como pneu e outras soluções que são verdes. Precisamos continuar seguindo as tendências sustentáveis”, reiterou João Bahia.









