A Prefeitura de Contagem, por meio do Hospital Municipal de Contagem está realizando vários eventos relacionados ao Setembro Verde. Um deles foi o Ciclo de Palestras promovido pela Comissão Intra-hospitalar de Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) no formato on-line.
Um dos participantes foi Omar Lopes Cançado Jr., presidente do MG Transplantes. O presidente revelou o registro de uma queda significativa do número de doadores durante a pandemia. Neste ano, se comparado a 2019, a redução mensal foi de mais de 39%. A maior queda foi registrada na doação de córneas, seguida de rins.
Segundo a médica Renata Soares, coordenadora do CIHDOT, as autoridades médicas ainda estão tentando entender o que motivou essa queda no número de doadores. “Se antes essa recusa era de quase 30%, durante o período de pandemia, essa média se aproximou dos 50%”. Renata reforçou que, como a doação envolve fatores como a manutenção do potencial doador em boas condições clínicas, é muito importante que as pessoas informem aos parentes o desejo de ser doador.
A psicóloga Eliane Gonçalves Silva, do MG Transplantes, alertou sobre o cuidado que os profissionais devem ter na abordagem do familiar ou do responsável pelo doador. “Isso deve ser feito somente quando a família entendeu, lá no finalzinho do processo. Legalmente, somente quando o óbito constatado”. Eliane explica que a entrevista familiar ocorre em um momento delicado no processo de doação. “É neste momento que se concretiza para a família a morte, a separação e a impotência. Sob nenhuma hipótese, a equipe assistencial deve falar sobre a doação de órgãos. A doação deverá ser discutida com os familiares ou responsáveis legais do paciente somente após completadas todas as etapas do diagnóstico da morte encefálica.
Também participaram do ciclo de debates Renato Coelho - Educação Permanente - Cynthia Oliveira e Ildilene Ferreira, do CIHDOTT, e a médica Cláudia Sueli da Rocha, da Secretaria Municipal de Saúde.