A represa de Vargem das Flores está em seu período de cheia. O volume de água alcançado é um dos maiores dos últimos anos. É o que atesta uma vistoria feita pela Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A operação contou com a participação de técnicos do Instituto Estadual de Florestas (IEF), que compartilha a gestão da represa com a Copasa e as prefeituras de Contagem e Betim.
Eduardo Mamede, monitor ambiental do IEF, explica que a ação é periódica e tem por objetivo controlar o nível e a qualidade da água da represa. “Monitoramos o nível da lagoa e as obras e construções situadas às margens da represa. Antes do ocorrido em Brumadinho, e a consequente poluição do rio Paraopeba, estava havendo uma captação muito reduzida de água na represa, por parte da Copasa. Agora, aumentou muito a captação, mas, como estamos na época das chuvas, a expectativa é que uma coisa compense a outra e mantenhamos o nível de água.”
Foi verificado que o nível da lagoa atingiu cerca de 80% nesta última semana, que é o mais elevado nos últimos cinco anos. Isso decorre de vários fatores, como explica Eric Machado, superintendente de Controle Ambiental da Semad: “É resultado das operações de fiscalização da Semad, IEF e Copasa, que mantêm as áreas em um aspecto natural, evitando a degradação de nascentes. Ao mesmo tempo, conjugamos com a parte de projeto e planejamento do Contagem das Nascentes, em que as cadastramos e monitoramos para permitir que a vazão continue e alimente os cursos d’água e que esses cursos cheguem à lagoa”.
Após o término da estação chuvosa em março, torna-se fundamental o monitoramento da lagoa até os meses de outubro e novembro, quando as chuvas recomeçam. Durante esse período, com falta das chuvas e a captação das águas da represa, a tendência natural é o nível cair. Em dezembro de 2015, ocorreu o pior cenário, quando o nível da represa caiu a 19% de seu volume. A Semad está trabalhando para que o nível se mantenha até cerca de 30% no momento de maior baixa. “Essa movimentação é natural, mas trabalhamos para minimizar ao máximo os efeitos da estação seca, garantindo também a qualidade da água”, explica Eric Machado.