Contagem é um dos poucos municípios brasileiros que, em 2017, atingiu a meta de organização da produção de cirurgias eletivas estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS) e irá receber do órgão o dobro dos recursos pagos no último semestre para a promoção desses procedimentos. Ao longo do ano passado, quase seis mil cirurgias eletivas foram feitas em Contagem. Em reconhecimento por esse esforço, a cidade será um dos 67 municípios brasileiros entre os 5.570 que existem em todo o país a receber recursos extras para reduzir ainda mais a fila de espera dos pacientes. No estado de Minas Gerais, que contém 853 cidades, além de Contagem, somente outros cinco municípios conseguiram atingir essa meta. A verba extra a ser liberada para Contagem é de cerca de R$ 1,8 milhão. Com esse recurso federal, que só é liberado após os procedimentos, será possível fazer aproximadamente mais 1.100 cirurgias eletivas, informa o secretário municipal de Saúde, Bruno Diniz. “Contagem foi um dos municípios mineiros que mais realizou cirurgias eletivas no estado, ultrapassando o recurso financeiro acordado com o MS e arcando parte desses procedimentos com recursos próprios do Tesouro Municipal. Além disso, vamos seguir com os investimentos próprios na saúde, destinando mais R$ 3 milhões em recursos do tesouro para agilizar o número de cirurgias ao longo de 2018. Realizamos em 2017 o maior volume de cirurgias eletivas da história de Contagem, com quase seis mil pacientes atendidos. Neste ano, iremos também ofertar cirurgias para cerca de seis mil pessoas. A intenção é a de virar o ano de 2018 com toda a fila de espera de cirurgia eletiva praticamente em dia, atendendo aos pacientes do ano vigente”, afirma o secretário. Segundo Diniz, no decorrer do ano de 2018, além de aumentar a contratualização privada de hospitais como o Santa Rita (que já mantém contrato com a prefeitura) e o São José, o número de cirurgias do Complexo Hospitalar de Contagem (CHC) irá dobrar. “Acabamos de entregar o maior Centro de Trauma e de Cirurgias da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Iremos passar de 400 para cerca de 800 cirurgias por mês”, garante o secretário. A maior demanda nas eletivas, que é por cirurgia geral e ginecológica, terá prioridade, mas outras especialidades também serão contempladas. “Iremos iniciar também uma grande programação em áreas urologia e cirurgia ortopédica”, completa Bruno. A fila anda Em janeiro de 2017, havia em Contagem um quantitativo de 10.318 pacientes aguardando por cirurgias eletivas. As maiores filas em 2017 eram nas especialidades de cirurgia geral (2.876 pacientes), ginecologia (2.543) e ortopedia (894). A esse quantitativo, ao longo de 2017, a fila passou a também contar com uma demanda de mais 4.077 novos pacientes. Ou seja, se for considerada a demanda reprimida de mais de dez mil pessoas que já aguardavam na fila de espera de cirurgia eletiva no início de 2017, ano de início da gestão do prefeito Alex de Freitas e do vice-prefeito William Berreiro, e os mais de quatro mil novos pacientes que entraram com pedido de cirurgia eletiva ao longo do ano passado, a prefeitura precisou lidar com uma fila de mais de 14 mil pessoas aguardando por cirurgias não consideradas de urgência e emergência. Para lidar com toda essa demanda reprimida e com a demanda regular do ano, durante todo o 2017 foram ampliadas as agendas de especialidades como mastologia, ginecologia, cirurgia geral, ortopedia e pediatria, e o ano contabilizou o agendamento de 5.707 cirurgias eletivas. Com isso, a fila de espera para cirurgia eletiva é atualmente (janeiro de 2018) de 8.688 pacientes – houve uma diminuição da fila de espera de mais de dois mil pacientes, e, é importante lembrar, mais de quatro mil novos pacientes foram inseridos na fila. Para que isso fosse possível, durante todo o ano de 2017, houve um grande esforço da Prefeitura Contagem para que mutirões de cirurgias em especialidades como ginecologia e cirurgia geral fossem feitos. Também tiveram início as cirurgias de ortopedia de média complexidade, mastologia, pediatria e vascular, havendo ainda a ampliação das cirurgias urológicas. Além disso, as cirurgias de ortopedia de alta complexidade voltaram a ser feitas através de pactuação com Belo Horizonte.