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Notícias
JUN
04
04 JUN 2025
MULHER
Música, afeto e resistência: mulheres vítimas de violência se fortalecem na arte e no acolhimento
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Em um momento de reflexões e emoções, artistas do “Vozes Femininas - do silêncio ao grito” se apresentaram, na segunda-feira (3/6), para as mulheres vítimas de violência atendidas pelo Espaço Bem-Me-Quero. A iniciativa faz parte de um projeto que começou a percorrer cidades mineiras, sendo Contagem a primeira a receber o grupo formado por seis artistas. O evento é uma oportunidade de expressão, apoio e fortalecimento, em que dezenas de mulheres compartilharam suas histórias e experiências.

O projeto é realizado pelo Viaduto das Artes e viabilizado por meio de emenda parlamentar da deputada federal Duda Salabert, via Ministério da Cultura. “No ano passado, convidei seis cantoras para apresentarem em casas de acolhimentos a mulheres vítimas de violência doméstica. O objetivo desse projeto é levar poesia, esperança, acolhimento e ajuda por meio da música”. Sobre a ação no Bem-Me-Quero, Duda disse que foi um encontro de trocas, lágrimas e risos. “A palavra cantada virou forças e abraços, pois, juntas, com arte e afeto, podemos transformar a dor em coragem”, completou.

Para a secretária das Mulheres e Juventudes, Camilla Marques, é uma alegria que Contagem seja a primeira cidade a receber esse projeto tão importante. “Ele ressignifica a cultura e busca romper ciclos de violência, além de empoderar as mulheres. É fundamental que a cidade dê voz a elas, promovendo espaço para suas histórias, suas lutas e suas conquistas. Essa iniciativa reforça nosso compromisso de criar uma sociedade mais justa, igualitária e cheia de oportunidades para todos”.

A superintendente de Políticas Públicas para Mulheres, Neimara Lopes, falou sobre a importância das cidades terem uma rede de proteção e um equipamento como o Bem-Me-Quero. “Esse espaço tem como objetivo auxiliar a mulher, fortalecê-la e encontrar alternativas para superar a situação de violência doméstica e familiar que é muito complexa. Este trabalho é contínuo e busca acolher as mulheres, independentemente de quantas vezes elas precisem retornar por conta do ciclo da violência”.

Segundo as organizadoras, a iniciativa busca proporcionar às mulheres e às comunidades o acesso à arte como forma de empoderamento e visibilidade. As cantoras, Dea Trancoso, Iza Sabino, Coral, Isaddora, Irene Bertachini e Júlia Tizumba, por meio de suas apresentações, reforçaram a mensagem de que a cultura é uma poderosa aliada na luta por direitos e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 

Para Júlia Tizumba, as apresentações têm o propósito de sensibilizar, informar e fortalecer as mulheres que enfrentam essa realidade. “Acreditamos na arte como uma ferramenta para fortalecer as mulheres”. Já a outra cantora, conhecida como Coral, disse que infelizmente as mulheres se encontram na violência e isso precisa ser mudado. “É uma alegria muito grande estar em um lugar que não nos encontramos nesse ciclo de violência, que é o Bem-Me-Quero e um espaço de acolhimento. Fico grata por participar desse momento,  principalmente por ser nossa primeira apresentação”.

Justiça, liberdade, coragem, independência, respeito e sororidade. Essas foram algumas palavras faladas durante a dinâmica. Para Maria Aparecida (nome fictício), 61, que escolheu a palavra “liberdade”, é preciso que as mulheres sejam livres para fazer o que quiserem. “Fiquei muito emocionada com o evento, em que muitas mulheres tiveram a oportunidade de se expressar. Sempre fui muito bem acolhida no Bem-Me-Quero e só quero agradecer a todos. É muito importante divulgar para que outras mulheres procurem esse atendimento, pois dá resultado”.

Outras participantes também se emocionaram com a apresentação, como foi o caso de Fátima Silva (nome fictício) , 45. “Foi a primeira vez que assisti uma apresentação assim e foi emocionante. O início, com a meditação e a imersão da nossa essência, trouxe paz e tranquilidade. É lindo ver a liberdade de outras mulheres se expressando, trocando vivências e mostrando a diversidade. Momentos como esse são muito importantes, pois é um momento de convivência, de alegria e de lembrar que somos mulheres”.

 
Contagem foi a primeira a receber o grupo formado por seis cantoras mineiras que fazem parte do projeto "Vozes Femininas"
Fotos: Luci Sallum 

O projeto

De junho a outubro de 2025, seis cantoras mineiras percorrem sete cidades de Minas Gerais com rodas de conversa e apresentações musicais voltadas para mulheres cis e trans vítimas de violência. A proposta do projeto justifica-se pela união de duas forças essenciais: a valorização da cultura mineira e o enfrentamento à violência contra a mulher. O projeto é realizado pelo Viaduto das Artes, um equipamento cultural e multidisciplinar localizado no Barreiro, em Belo Horizonte, que atua em diálogo constante com a comunidade e promove ações com impacto cultural, educacional e social.

A iniciativa acontecerá a partir de parcerias locais com prefeituras e equipamentos públicos de acolhimento às mulheres. As ações têm como base a valorização da cultura popular brasileira, com ênfase nos ritmos ancestrais, nos saberes dos povos originários e na força simbólica dos tambores e das lutas femininas. Este evento reforça o papel da arte na transformação social e na luta contra a violência de gênero, mostrando que, por meio da cultura, é possível dar voz às mulheres e promover mudanças significativas na sociedade mineira.

Espaço Bem-Me-Quero

O Espaço Bem-Me-Quero é um equipamento da Prefeitura de Contagem que acolhe, atende, orienta e encaminha mulheres para a rede de atendimento do município. O espaço atende mulheres de 18 a 59 anos, que residem em Contagem, e que estejam em situação de violência doméstica e familiar baseadas no gênero. Todo o atendimento realizado é embasado na Lei 11.340/06 – “Lei Maria da Penha”, que coíbe e previne a violência doméstica e familiar contra a mulher.

São oferecidos atendimentos psicossociais e jurídicos que após escuta técnica avalia quais encaminhamentos serão precisos para cada caso. O atendimento pode ser agendado pelo telefone 3352.7543, ou de forma presencial (rua José Carlos Camargos, 218 - Centro), de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

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Autor: jornalista Raquel Lopes / edição: Vanessa Trotta
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