Nesta quinta-feira (13/3), a Prefeitura firmou uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por meio da Escola de Belas Artes, para a conservação preventiva e restauração de acervos fotográficos e fílmicos da coleção do cineasta Tony Vieira e do Movimento Cinema Boca do Lixo. A iniciativa conta com a colaboração do Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte.
A assinatura do documento foi realizada na Casa de Cultura Nair Mendes, com a presença da diretora de Memória e Patrimônio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), Gabrielle Vaz, e da professora doutora em Artes pela UFMG, Jussara Vitoria de Freitas do Espírito Santo, que coordenará os trabalhos. O acervo inclui não apenas registros audiovisuais, mas também cartazes, pôsteres e outros objetos ligados à trajetória do artista.
“Essa parceria com a UFMG é muito importante, porque eles são referência no que diz respeito à higienização e acondicionamento de acervos culturais e, a partir disso, vamos conseguir ter em melhores condições esse acervo e será possível expor, para o público, esse material que é muito importante para a cena cultural de Contagem”, afirmou Gabrielle Vaz
Tony Vieira foi diretor, roteirista e produtor de mais de 30 filmes e viveu em Contagem até o seu falecimento no dia 11 de março de 1990
Os materiais foram previamente inventariados pela Gerência de Museologia, Arquivologia e Bens Patrimoniais, vinculada à Secretaria de Cultura de Contagem. Ao todo, são mais de 60 itens que passarão por técnicas especializadas de preservação, garantindo a salvaguarda da memória de um dos expoentes do cinema local.
A relevância cultural do acervo é um dos principais motivos da parceria, pois ele poderá integrar o patrimônio museológico do Cine Teatro Municipal. Além disso, o projeto prevê a realização de um evento de devolução do acervo restaurado, intitulado "Conservação e Extroversão da Coleção do Cineasta Tony Vieira e do Movimento Cinema Boca do Lixo", promovendo a difusão científica e cultural do material recuperado.
Outro ponto fundamental da cooperação é o intercâmbio de conhecimento entre a universidade e a administração municipal. A iniciativa permitirá que estudantes apliquem na prática as técnicas desenvolvidas na academia, fortalecendo o aprendizado e a valorização do patrimônio cultural da cidade.
“A importância desse trabalho é resgatar uma coleção fundamental para a história de Contagem e da produção audiovisual mineira. Tony Vieira foi uma figura enigmática, muito importante, que deixou uma trajetória de produção única. É um projeto que vai iniciar uma parceria que é importante para a produção cinematográfica mineira e esperamos conseguir devolver para a comunidade, para a sociedade, a oportunidade de revisitar essa coleção que é tão importante para a nossa memória”, explicou Jussara do Espírito Santo.
Tony Vieira
Mauri de Oliveira Queiroz, mais conhecido como Tony Vieira, nasceu na cidade de Dores do Indaiá, em Minas Gerais, no dia 17 de julho de 1937. Com 12 anos de idade abandonou sua casa e sua cidade para seguir com uma trupe de circo para trabalhar como trapezista e apresentador das atrações da companhia.
No início de 1960, em Belo Horizonte, entrou para o teatro amador e trabalhou na TV Itacolomi por quase cinco anos. Em 1965, se mudou para São Paulo e adotou o nome artístico de Tony Vieira, onde foi contratado pela TV Excelsior e atuou em algumas novelas na emissora, como “O Pintor e a Florista” e “O Tempo e o Vento”. Logo após foi para a TV Tupi e participou de outras duas novelas.
Porém, foi no cinema que Tony Vieira se encontrou e, além de ator, foi diretor, roteirista e produtor de mais de 30 filmes. Vieira foi um dos principais cineastas do movimento chamado “Cinema da Boca do Lixo”, onde produziu diversos longas entre filmes de faroestes, policiais e pornochanchadas.
Tony Vieira era casado com a atriz Claudete Joubert e viveu em Contagem até o seu falecimento no dia 11 de março de 1990, aos 52 anos de idade.
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