A Defesa Civil de Contagem tem se empenhado em zerar os atendimentos relacionados às chuvas, solicitados pela população. Ao todo, foram 196 Registros de Ocorrências (ROs), oriundos da Central de Atendimento 199, no último mês. Mais de 84% das solicitações recebidas já foram atendidas.
As regionais Eldorado, Sede, Riacho e Ressaca apareceram com a maior quantidade de ROs abertos, representando cerca de 148. De acordo com o órgão, os agentes estão empenhados em solucionar os problemas e diminuir os transtornos ocasionados pelas chuvas que ocorreram durante o mês de março. Embora estejamos ainda no outono, as chuvas esporádicas, comuns à estação, são registradas desde o final do ano passado com um grande volume de água, diante das instabilidades climáticas.
Segundo a subsecretária de Proteção e Defesa Civil, Ângela Gomes, não há nenhum desalojado na cidade. “As vistorias continuarão sendo realizadas nos locais afetados, a pedido das famílias, por meio do telefone 199 da Defesa Civil”, informou. Os eventos climáticos dessa natureza vêm atingindo a cidade e a região metropolitana, com volumes de água acima do previsto pela Defesa Civil. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no dia 31 de dezembro de 2023, choveu 54 mm em um período de 40 minutos, o que correspondeu a 15% do estimado para o mês. Também no dia 6 de março de 2024, o temporal atingiu 70 mm em uma hora, 20 a mais do que o esperado. Recentemente, no dia 20 de março, choveu o dobro do calculado, atingindo 100 mm durante quatro horas.
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Moradores de várias regiões foram assistidos pelas equipes da Defesa Civil de Contagem. Fotos: Ronie Vonn e Janine Moraes/PM
Em nenhum dos episódios, nos quais a chuva atingiu mais intensamente as regiões por onde passam o córrego Ferrugem e Ribeirão Arrudas houve transbordamento, incluindo a altura da av. Teresa Cristina.
Em resposta a essa situação, em específico, a equipe da Defesa Civil adotou uma abordagem protetiva e de resposta, “conduzindo o monitoramento visual por meio de câmeras, acompanhando os grupos dos Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs), acionando o Comitê Gestor de Área de Risco (CGAR) e efetuando o atendimento dos locais afetados”, esclareceu a subsecretária de Proteção e Defesa Civil.
Plano Municipal de Redução de Riscos
As secretarias municipais de Defesa Social e Desenvolvimento Urbano estão trabalhando em conjunto com o Ministério das Cidades, do governo federal. Recentemente, o ministério selecionou cerca de 20 municípios para efetivar a atualização do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR) em conjunto com os pesquisadores e docentes de 17 universidades.
O município de Contagem foi um dos selecionados no programa. O órgão municipal recebeu o suporte da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o aval das professoras Giovana Parizzi e Talita Miranda, que estão fazendo visitas institucionais nas áreas de risco da cidade.
Parizzi destacou também a metodologia que será traçada ao longo dos meses para a entrega final do plano. “Vamos utilizar de uma metodologia que será aplicada com o aval da Secretaria Nacional de Periferias, do Ministério das Cidades, com a função de fazer o mapeamento das áreas de risco alto e muito alto, determinar as condições que levam a esses riscos e por fim projetar soluções”, enfatizou.
Para a secretária municipal de Defesa Social, Viviane França, “ter a UFMG como parceira é bastante significativo para nós, pois é uma das instituições mais conceituadas do país. Acredito que toda política pública deva ser construída com a comunidade, o que é também uma premissa da prefeita de Contagem, Marília Campos”,destacou.
Plancon
Desde 2022, Contagem mantém uma força-tarefa, o chamado Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil (Plancon), composto por profissionais das secretarias de Defesa Social, Obras e Serviços Urbanos, Desenvolvimento Urbano e Habitação, Desenvolvimento Social e Saúde, que atuam preventivamente para minimizar os efeitos de eventos climáticos como os que têm sido observados desde o início de 2024.
O plano é, também, responsável por planejar ações e identificar áreas de risco hidrológico e geológico, propondo medidas e obras para evitar o agravamento de ocorrências inevitáveis como excesso de chuva, alagamentos e desmoronamentos.
