Quem passou pela rua das Acácias, à altura do número 330, no Eldorado, notou uma grande diferença: um grafite homenageia ícones do samba brasileiro, como Martinho da Vila, Beth Carvalho e outros. A iniciativa é do Projeto NuBeco e visa mudar a realidade do local, conhecido, agora, como “Beco do Samba”. Criado em 2012 pelo Move Cultura, o projeto foi contemplado no edital Movimenta Cultura 2021, do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura - FMIC. Os desenhos são assinados pelo artista Guilherme Araújo, conhecido como Maizena. A ação contou com o apoio das Tintas Coral, por meio do Programa Tudo de Cor, e da Vila Aruanda.
“O NuBeco está aí, entregando mais um beco para Contagem. Desta vez, temático, abordando a música, que é algo tão presente nos nossos dias e que contam várias histórias, trazem lembranças e fomentam reflexões”, apontou Jefferson Ramos, presidente da Move Cultura, instituição responsável pela execução do projeto.
Além de estampar as faces de Martinho da Vila e Beth Carvalho nas paredes do beco, dois verdadeiros ícones do samba, o espaço ainda homenageia duas figuras emblemáticas de Contagem: Letícia Reis e Léo, sambista que faleceu recentemente e que teve grande importância no cenário cultural na cidade. “São pessoas que fizeram história e que influenciaram, influenciam e vão influenciar gerações”, destacou Jefferson.
Grafiteiro em Contagem desde 1997, Maizena conta que o projeto surgiu de uma ideia dele de homenagear a população negra e o samba, na cidade. “É um projeto que começou em Belo Horizonte, no bairro São Paulo, e trouxemos para Contagem, numa parceria com o NuBeco. É a exaltação do samba pelo grafite, colocando isso na rua, revitalizando um beco, alegrando o ambiente e trazendo a arte. É uma satisfação imensa”, disse.
O projeto Beco do Samba, além de contar com o trabalho de Maizena, colagens e pinturas, o local ainda recebeu uma intervenção artística dos alunos do oitavo e nono anos da Escola Estadual Vasco Pinto da Fonseca. Durante quatro dias, coordenados pela artista Gilmara Oliveira, que atua ainda no projeto Escola Livre de Artes Digitais, os adolescentes tiveram contato com o conceito da arte urbana, aprenderam mais sobre a história do grafite e puderam deixar suas marcas nos muros do local.
O Beco do Samba, já entregue para a população mineira, faz parte, agora, do Circuito de Arte Urbana NuBeco, que já transformou mais de seis becos da cidade de Contagem, criando assim um corredor de arte, algo semelhante ao que é encontrado em São Paulo (SP), Valparaíso (Chile) e Nova Iorque (USA).