Nem tudo que começa de um jeito, termina como foi pensado. Pode terminar, inclusive, melhor. Assim pode ser resumida a trajetória de um projeto, iniciado na Funec Oitis, em Contagem, antes da pandemia do novo coronavírus, que mudou a vida de uma estudante: Gabriela Resende.
Como ela mesmo descreve, junto a amigos da escola, planejaram uma maneira de equipar o laboratório de ciências. Contudo, conversando com a diretora da instituição na época, Nilza, Gabriela ouviu uma nova demanda: havia enorme reclamação de alunos e professores quanto à utilização do Datashow, equipamento utilizado para deixar as aulas mais expositivas e exemplificativas, mas que havia problemas em seu retorno e montagem, haja vista a falta de algo que melhorasse a logística do transporte dele pela instituição. Com isso, um plano foi deixado de lado e outro começou do zero.
“Iniciamos, então, um novo projeto. Como fazer um carrinho que pudesse transportar o Datashow e, com isso, facilitar a utilização dele na Funec. E tudo teve que ser refeito, da arrecadação de fundos, na medição do equipamento e do material para construir. Conseguimos doação de madeiras, uma marcenaria nos ajudou a fazer os cortes e meu pai, que é engenheiro, também auxiliou na montagem”, lembrou Gabriela Resende.
Com o protótipo montado, o projeto, então, foi apresentado para alunos e pais. “Todos gostaram bastante. A partir dessa reunião, que lotou a sala, com pais, inclusive, em pé, ao fundo, por não haver mais espaço, conseguimos arrecadação de mais madeira e conseguimos fazer outro carrinho. Infelizmente veio a pandemia e aí o problema a ser resolvido passou a ser outro, como todos conhecem. O desafio passou a ser como estudar e como seriam as aulas a partir dali”, contou.
Mas o projeto não terminou aí. Em 2020, Gabriela Rezende conseguiu 100% de bolsa em medicina veterinária na Faculdade Arnaldo após participar em 2020 do “Crie o Impossível” e o “Em Power”. Ela foi selecionada após apresentar o projeto do carrinho de Datashow como solução para o problema que teve na Funec anteriormente.
“Hoje a faculdade está bem corrida, puxada. Estou amando, caminhando para a metade do curso. Muito estudo e algo que dedico muito à Funec, que foi onde aprendi a gostar de estudar de fato, onde tive oportunidades, fiz amizades, tenho como referência em ensino e que me proporcionou chegar aqui. Sou apaixonada pela escola, que é pública e de imensa qualidade. E estou apaixonada pelo curso”, disse Gabriela.