Centenas de pessoas prestigiaram a feira Mercado Afro de Contagem realizada nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, no estacionamento do Shopping Oiapoque-Unidade Contagem. A feira teve o objetivo de divulgar o trabalho de empreendedoras que atuam com serviços que valorizam a cultura africana e afro–brasileira por meio das artes plásticas, música, culinária, vestuário, estética, beleza e produtos agroecológicos.
A subsecretária de Direito Humanos e Cidadania, Lorena Lemos, destacou que o lançamento da feira no Dia Internacional da Declaração dos Direitos Humanos, com participação de lideranças religiosas das comunidades tradicionais de matriz africana, tendo como expositoras mulheres pretas de Contagem e região metropolitana, migrantes e pessoas que tiveram trajetória em situação de rua, “reflete o compromisso com a valorização da diversidade cultural e religiosa e com políticas de promoção da economia solidária e de ações de desenvolvimento local, por meio da valorização da cultura e geração de renda com o empreendedorismo afro”. Lorena Lemos salientou, ainda, a importância das parcerias entre poder público, empresariado e a população da cidade para fortalecer ações como esta.
Quem participou da feira encontrou diversidade cultural, criatividade e variedade de produtos que retratam a cultura e o mercado afro. Os visitantes também tiveram a oportunidade de dialogar com profissionais especializadas em estética e beleza negra, cortes e tratamentos para cabelos crespos e cacheados. Maquiagem e consultoria com especialistas em peles negras também foi um ponto alto da feira. As comidas da culinária afro-brasileira, venezuelana também fizeram sucesso e renderam fila nas barracas.
O dono do empreendimento Quebra Conceito, o professor e estilista, Juca Corrêa, relata que "empreender é se virar" para enfrentar dificuldades diversas, para sobreviver, por isso a união de empreendedores e empreendedoras é fundamental e o apoio do poder público é indispensável. “Empreender é não passar fome, pagar as contas, sustentar a família. Sabemos que muitos estão aí fora com dificuldades para sobreviver. Por isso, os idealizadores da feira estão de parabéns, porque esse trabalho está respaldado no Estatuto da Igualdade Racial, aliás, o Brasil é um país que tem uma legislação que respalda e orienta ações como esta, e a Prefeitura de Contagem está colocando em prática”, relatou.
A programação musical da feira priorizou o protagonismo de mulheres na formação da harmonia musical, percussão, vocais e produção da batalha de conhecimento que foi comandada pela juventude com temas que retratam o racismo estrutural e institucional, a resistência e a crítica social, com perfeita sintonia entre artistas e visitantes.
A empreendedora do salão Amada Power, Eulália Mendes, destacou que o empreendedorismo preto não é fácil, mas quando se encontra apoio a luta fica mais leve. “Precisamos de mais música negra nas feiras, o que aumenta o movimento e aquece as vendas”, destacou.
A secretária de Trabalho e Geração de Renda, Viviane França, destacou que ações como esta ajudam a enfrentar o racismo estrutural, fortalecem e contribuem para o empoderamento de mulheres por meio do afroempreendedorismo. “A Feira Mercado Afro faz parte das políticas da Secretaria de Trabalho e Geração de Renda e já estamos planejando a próxima edição da feira. Em breve divulgaremos”.