Desde domingo (7/11), o Complexo Hospitalar de Contagem está sob nova gestão. O Serviço Integrado de Saúde - SIS passou a gerir, oficialmente, o Hospital Municipal, o Centro Materno Infantil Juventina Paula de Jesus - CMI e mais quatro Unidades de Pronto Atendimento - UPAs.
O novo modelo de gestão foi aprovado, por unanimidade, pela Câmara Municipal de Contagem, em sessão realizada no dia 5/10 e sancionado pela Prefeitura dois dias depois. O SIS é pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, paraestatal, de interesse coletivo e utilidade pública, com prazo de duração indeterminado, com sede e foro em Contagem.
Esse modelo é o mesmo usado, com sucesso, na gestão do Hospital Metropolitano Célio de Castro, no Barreiro, e pela Associação das Pioneiras Sociais, que gerencia a Rede Sarah Kubitschek.
“Estamos certos de que, nessa nova modelagem, vamos conseguir prestar um serviço ainda de mais qualidade para a população de Contagem”, assinala Eduardo Pena, que comandou uma equipe de profissionais que, durante quatro meses, realizou uma intervenção na gestão do CMI e das UPAs, antes geridos pelo Instituto de Gestão e Humanização - IGH, uma organização social com sede em Salvador/BA.
De acordo com Eduardo Pena, em decorrência da má gestão, os serviços prestados no hospital, na maternidade e nas UPAs corriam o sério risco de entrar em colapso, razão pela qual a Prefeitura decidiu decretar intervenção no gerenciamento desses equipamentos. “Negociamos com a maioria dos fornecedores, que estavam com os pagamentos atrasados, reabastecemos a rede com medicamentos e insumos e estamos fazendo a manutenção, tanto predial, quanto dos equipamentos. E mais, retomamos e ampliamos a assistência médica e de enfermagem da nossa rede”, conta Penna.
A intervenção, lembra ele, foi motivada pelas inúmeras reclamações da população e dos trabalhadores da saúde em relação aos atrasos nos pagamentos de médicos e fornecedores, à falta de insumos e de medicamentos. “Tudo isso se refletia na qualidade dos serviços prestados à população”, explica Pena, referindo-se ao impacto negativo da gestão do Instituto de Gestão e Humanização - IGH que, por três anos, foi responsável pela gestão do Complexo Hospitalar de Contagem.
Ao avaliar, positivamente, os resultados da intervenção decretada pela Prefeitura há quatro meses, Eduardo Penna destaca que “o dia 8/11 passa a ser uma data simbólica para todos nós, colaboradores e usuários do Sistema Único de Saúde - SUS. Marca o fim de um ciclo e o início de outro”, assinala.
Antes e depois da intervenção
Em quatro meses, a equipe de profissionais, designados pela Prefeitura, conseguiu organizar as contas do CHM e oferecer um serviço de saúde de qualidade ao cidadão. Veja como era antes a situação do Complexo Hospital e das Upas, e como ficou após o trabalho de intervenção:
Insumos
Antes: com o atraso sistemático de pagamento aos fornecedores de medicamentos, materiais e de serviços, ocorreu um grave desabastecimento no Complexo Hospitalar de Contagem e nas UPAs, com vários itens estratégicos ficando em falta nas prateleiras, como curativos, material para uso em UTI, exames de imagem, material de limpeza, dentre outros.
Depois: as dívidas com mais de 80 empresas fornecedoras foram renegociadas. Medicamentos e insumos voltaram a ser fornecidos, retomando a normalidade dos serviços assistenciais à população usuária do SUS no Complexo Hospitalar e nas UPAs.
Pagamento da dívida com médicos
Antes: a antiga gestão do Complexo Hospitalar atrasou pagamentos dos médicos nos dois meses que antecederam à intervenção. Cerca de R$1,8 milhão em pagamentos atrasados, referentes aos meses de fevereiro e março de 2021. Isso ocasionou uma série de transtornos para a prestação de serviços à população.
Depois: parte dessa dívida com os médicos já foi quitada, com o compromisso de manutenção da regularidade dos pagamentos.
Reforma e reposição de equipamentos
Antes: vários dos equipamentos do Complexo Hospital estavam sucateados ou estragados, como o ultrassom no Centro Materno Infantil, o Arco Cirúrgico, três perfuradores ósseos estragados, gastroscópio e colonoscópio.
Depois: os equipamentos foram reparados e entraram em funcionamento, ampliando o atendimento e retomando as cirurgias eletivas que estavam paralisadas. Foram executadas a revisão geral do Arco Cirúrgico, a manutenção dos perfuradores ósseos, revisão geral e troca de transdutores endocavitários e setorial do ultrassom, conserto dos 20 ventiladores pulmonares e de 20 monitores multiparâmetros, entre outros.
Reforma e novo mobiliário
Antes: o teto da recepção do Centro Materno Infantil estava em péssimas condições, com graves infiltrações. Também não havia acomodação para as mães e acompanhantes. As cadeiras disponíveis não tinham condições adequadas de uso. O telhado também pedia reparos.
Depois: o Complexo Hospitalar passou por várias adequações, como reformas gerais dentro e fora de todos os equipamentos de saúde. Além da reforma do telhado e da recepção do Centro Materno-Infantil, da locação de cadeiras novas para mães e acompanhantes, o estacionamento de veículos também foi ampliado para melhor atender aos colaboradores, acompanhantes e visitantes. No local, os taludes foram gramados e novas mudas de árvores foram plantadas.
Salas cirúrgicas
Antes: apenas cinco salas cirúrgicas estavam em funcionamento. Isso, junto com outros fatores como falta de insumos e medicamentos, atrapalhava o atendimento no Complexo Hospitalar de Contagem. No HMC apenas três estavam em operação e no CMI, três.
Depois: com a equipe de intervenção, outras salas cirúrgicas foram reativadas. Equipamentos foram consertados para que as oito salas ficassem à disposição para atender as necessidades da população de Contagem. Agora, no HMC, há seis completas e outras sete operacionais, essas destinadas à cirurgias de pequeno porte. No CMI hoje há quatro salas completas disponíveis, sendo uma delas destinada à cirurgias ginecológicas.
Controle de Infecção hospitalar
Antes: por falta de pagamento aos fornecedores, havia desabastecimento de insumos, inclusive, de material de limpeza, o que trazia insegurança para a realização de procedimentos simples e de outros mais complexos, como, por exemplo, as cirurgias, e maiores riscos de infecção hospitalar. A equipe também não contava com todos os especialistas necessários ao bom desempenho do Serviço e Controle de Infecções Hospitalares do HMC.
Depois: a equipe do Serviço e Controle de Infecções Hospitalares foi reestruturada, trazendo mais segurança para os colaboradores e para os pacientes. Agora, além da coordenadora do serviço, o Complexo Hospitalar conta com uma enfermeira com doutorado em Saúde do Adulto, dois médicos infectologistas, duas enfermeiras e uma técnica em enfermagem especialistas, todos com ampla experiência em Vigilância e Controle de Infecções. Ações para controle e prevenção das infecções hospitalares e colonização por bactérias passaram a ser feitas com regularidade em todo o hospital. Como resultado, já foi confirmada a redução das infecções e colonização das bactérias.
“Nesse momento de mais uma transição para uma nova empresa renovam-se as expectativas de todos. Estamos construindo um novo projeto de assistência à saúde nas áreas de urgência e hospitalar para população de Contagem e que, no futuro próximo, seja reconhecido por sua excelência e qualidade. Aos colaboradores, gestores, fornecedores, Executivo e Legislativo, agradecemos o apoio e esforço na garantia da retomada da gestão dos nossos serviços hospitalares e de urgência”, conclui Eduardo Penna.