A proposta de reconhecimento da Banda de Música da Guarda Civil como Patrimônio Cultural Imaterial de Contagem foi aprovada, nesta semana, pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac).
A notícia foi recebida com entusiasmo pelos integrantes e pela corporação com um todo, reacendendo o sentimento de orgulho e de novas perspectivas para o grupo.
“Estamos nessa luta há bastante tempo. Com a aprovação, tenho certeza que o projeto não irá morrer, conseguiremos sustentá-lo e ampliá-lo. Queremos que essa tradição das bandas de música, tão forte no Estado de Minas Gerais, seja também mantida em Contagem”, comemorou o atual maestro e Guarda Civil, Thiago Teotônio da Silva.
A solicitação de registro da banda foi deferida por unanimidade pelos conselheiros do Compac, no dia 11 de agosto. Além dos documentos, fotos e justificativas, foram enviadas ao conselho mais de 500 assinaturas, recolhidas por meio de um abaixo-assinado disponibilizado nas redes sociais da Guarda Civil de Contagem.
O registro é um ato de competência exclusiva do conselho e tem como objetivo conhecer, identificar e proteger os bens culturais de valor para um grupo social. De acordo com a presidenta do Compac, Monique Pacheco, a aprovação determina a abertura do processo de registro. “Esse processo é constituído de dossiê dividido em parte técnica e administrativa, no qual será feito uma contextualização histórica do bem, análises, diretrizes, levantamento fotográfico, levantamento documental, vídeos e entrevistas. Ao ser finalizado, o processo é enviado ao Compac para apreciação final. O conselho irá deliberar e determinar a publicação no diário oficial. E o bem será inscrito no livro de Registro das Formas de Expressão. A expectativa é de que seja concluído em, no máximo, dois anos”, explicou a presidente.
Para a subsecretária de Segurança de Contagem, Daniela Tiffany, “reconhecer a banda de música enquanto Patrimônio Imaterial é uma forma de, não só fortalecer o grupo enquanto uma ferramenta de aproximação com a comunidade por meio de projetos e apresentações, como também de transformá-lo e consolidá-lo como potência cultural na cidade”, ressaltou.
Além da certificação, o título abrirá possibilidade para garantir melhor infraestrutura à banda. De acordo com o comandante da Guarda Civil, Wedisson Luiz, o registro como Patrimônio Imaterial facilitará o acesso a recursos e a fundos que permitirão a profissionalização dos integrantes e a manutenção, com melhores instrumentos. “Também vai garantir a salvaguarda da instituição por meio de identificação, acompanhamento do seu desenvolvimento histórico, divulgação e apoio, entre outras formas de incentivo, proteção e preservação”, complementou.
A Banda
A Banda de Música da Guarda Civil de Contagem foi criada pela lei municipal Nº4.397, de 27 de setembro de 2010. Desde então, tem sido peça fundamental nos atos solenes e oficiais do município e nos eventos sociais, culturais e artísticos. A qualidade e o prestigio da banda fazem com que seja requisitada também para participar de eventos em outras cidades.
Assim que os indicadores da Covid-19 melhorarem, o grupo pretende retomar as apresentações em escolas, empresas, praças públicas, associações, formaturas, órgãos públicos e demais instituições que solicitarem. Antes da pandemia, a banda realizava, em média, cerca de 120 eventos ao ano. Também desenvolvia projetos voltados à população carente, como aulas de introdução à música, concertos didáticos, simpósios e apresentações em asilos e casas de repouso.
Apesar do empenho dos integrantes, a banda carece de investimentos. A primeira e única licitação para a compra de instrumentos ocorreu há mais de 10 anos. Para o projeto não acabar, os próprios músicos passaram a adquirir os instrumentos e a realizar a manutenção periódica. A expectativa é de que o registro facilite o acesso aos recursos e garanta mais investimentos.