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MAI
02
02 MAI 2024
SAÚDE
SERVIÇO
Doenças respiratórias: infectologista do SUS explica como prevenir e o que fazer em caso de sintomas
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Período mais seco e frio potencializa a circulação dos vírus, colocando em risco a saúde principalmente de bebês e idosos

O outono é marcado pelo início mais acentuado dos casos de doenças respiratórias, por ser um período com temperaturas mais baixas e mais frias, entre outras características que favorecem a circulação dos vírus dessas doenças. Para entender melhor o que leva a esse cenário, bem como as melhores formas de se prevenir e o que fazer em caso de sintomas, o infectologista da Secretaria Municipal de Saúde, Dário Brock Ramalho, explicou algumas situações. Confira!

Quais são as principais doenças respiratórias e por que elas são mais comuns nesse período?

Entre as mais comuns estão a gripe, rinite alérgica, amigdalite, sinusite, laringite, faringite, bronquite, asma, pneumonia. Houve recentemente uma pandemia de Covid-19 e, há pouco mais de uma década, uma epidemia de gripe provocada pelo vírus influenza H1N1, sendo que ambos continuam circulando e infectando as pessoas.

É preciso explicar que a circulação desses vírus ocorre o ano inteiro, mas alguns fatores propiciam uma maior incidência de contaminações. O clima frio e seco deixa a poluição em uma posição mais baixa na atmosfera, aumentando nosso contato com ela, o que se junta a uma menor ventilação nos ambientes fechados e a aglomeração das pessoas por causa do frio. Essas características aumentam a circulação dos vírus e servem de gatilho para que pessoas com comorbidades tenham um agravamento de quadro, tornando esse o período mais crítico.

Quais sintomas são comuns entre as doenças respiratórias?

  • Tosse

  • Febre

  • Congestão nasal

  • Coriza

  • Dor de garganta

  • Dor muscular

  • Fadiga

  • Espirros

  • Coceira no nariz, olhos ou garganta (rinite)

  • Dificuldade para respirar (sinal de agravamento)

  • Perda de olfato e paladar (covid-19)

Como diferenciar uma doença das outras?

Diferenciar um vírus dos outros apenas pelos sintomas é bastante difícil. Por isso a gente aborda, habitualmente, os pacientes com sintomas respiratórios de forma sindrômica, ou seja, a gente pega esse pacote grande de vírus semelhantes e os aborda eles mais ou menos da mesma forma, dentro do mesmo conjunto de síndromes.

Se o paciente apresenta coriza, espirros, tosse e/ou febre, em regra geral, pode ser considerado como um quadro de infecção de vias aéreas superiores, quadros mais leves e de evolução habitualmente benigna. Nos casos em que há um comprometimento maior da saúde, com acometimento de vias aéreas mais baixas, caracterizados por febre mais prolongada, com escarro amarelado ou por falta de ar, tratamos esse conjunto como "pneumonia" ou de forma mais abrangente como síndrome respiratória aguda grave (SARG/SARS). Nesses casos, o paciente pode necessitar de internação, oxigênio e, em casos mais complexos, até mesmo de encaminhamento para o Centro de Terapia Intensiva (CTI).

Como perceber os sintomas em bebês e crianças que não se comunicam?

Nesse caso, os pais e responsáveis devem ficar atentos aos sinais que estão ligados aos sintomas dessas doenças. Ou seja, corrimento nasal, tosse e febre, sendo que essa última é a manifestação central dessas infecções nas crianças.

É importante lembrar que a febre é manifestação frequente de várias infecções na infância, sendo quadros gastrointestinais e respiratórios os mais frequentes e devendo estar atentos a arboviroses quando não há um foco evidente, como nos casos acima. Nesse sentido, procurar atendimento médico, em uma unidade básica de saúde da sua referência, permite atenção ao quadro sintomático e a eventuais critérios de gravidade.

Quais dessas doenças atingem mais crianças e quais são mais comuns em adultos?

Esses vírus circulam na população como um todo. Contudo, é entre as crianças que, por não terem tido estas infecções previamente, há uma maior circulação viral. Ainda por elas estarem inseridas no contexto escolar e das creches, há maior contato social e, por conseguinte, naturalmente fazem esses vírus circularem de forma mais efetiva. Isso pode favorecer o contágio também de adultos e idosos, que por vezes apresentam comorbidades e podem se mostrar mais suscetíveis a complicações.

Quais delas podem ser mais graves por faixa etária?

O agravamento dos casos das doenças respiratórias depende de vários fatores, principalmente da existência de alguma doença prévia, em especial, se não acompanhadas ou tratadas.  Mas podem se dever a fatores de saúde individuais que possam favorecer a atuação do vírus. Diversos vírus, com proeminência do sincicial respiratório, Influenza e Covid, mas não limitados a estes, são capazes de acometer tanto crianças quanto idosos. Podem por exemplo, desencadear um agravamento de uma condição prévia, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que ocorre principalmente nos idosos.

O que todos devem ficar atentos é para o fato de que, se esses vírus estão circulando entre as crianças, significa que eles vão ter mais oportunidades, estatisticamente, de contaminar também os idosos e, por consequência, propiciar um agravamento desses casos.

Quais doenças podem colocar em risco a vida de uma pessoa?

O que ocorre é que, se você tem uma suscetibilidade maior individual para cada um desses vírus, às vezes motivada por uma doença pré-existente ou outros fatores, você corre mais riscos. Mas acontece também entre pacientes que não têm qualquer condição anterior, mas que, por um motivo indeterminado, como um perfil imunológico que o torna mais propício para determinado vírus, pode ter o seu quadro de saúde agravado.

Assim, todos esses vírus que estão em circulação podem levar a um agravamento e até mesmo hospitalização das pessoas, a depender de cada caso e de como é tratada após os primeiros sintomas. Por isso a importância da prevenção e da observação correta dos sintomas.

É possível prevenir essas doenças?

A recente pandemia de Covid-19 nos ensinou muito sobre a prevenção desse tipo de doença, que passa principalmente pela vacinação, evitando, ainda, aglomerações, cuidando da higiene das mãos – inclusive evitando tocar os olhos, nariz e boca, bem como pelo uso de máscaras, especialmente em espaços fechados e com grande concentração de pessoas.

Algum cuidado especial com os bebês e crianças?

No caso das crianças, a situação é mais complicada pela própria rotina e hábitos. Mesmo assim, é importante tentar conscientizar e cuidar para que a exposição deles aos vírus seja a menor possível, reduzindo as chances de adoecimento. Já os bebês, principalmente com menos de seis meses, é importante reduzir a exposição ao vírus, uma vez que eles não podem usar máscaras e correm mais risco de agravamento, principalmente o sincicial respiratório (vírus responsável pela maioria dos casos de infecções do trato respiratório inferior em bebês).

Quais dessas doenças têm vacinas disponíveis?

Para os vírus Influenza e Covid temos vacinas disponíveis na rede pública. No caso do sincicial respiratório, a vacina já existe e foi implantada no Brasil em abril e para um público específico, por isso não está disponível, ainda, no Sistema Único de Saúde (SUS) para os demais grupos. Nos outros casos, a indicação é mesmo a prevenção com as ações ditas anteriormente. Vale lembrar que, ao se vacinar, a pessoa se protege contra essas doenças e ajuda a diminuir a circulação dos vírus, o que favorece também as outras pessoas, inclusive as que possuem alguma condição de saúde que a impeça de tomar as vacinas.

Estou com sintomas, o que devo fazer?

A indicação é: sempre que perceber os sintomas, principalmente quando houver febre, que procure uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para uma consulta médica, antes que se agrave. A rede de urgência e emergência normalmente recebe um fluxo maior de pessoas com doenças diversas e o tempo de espera certamente será maior. Somente em caso de sintomas mais graves é recomendado que procure uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Existem tratamentos para essas doenças respiratórias?

Existem hoje medicamentos específicos para tratar os vírus covid e influenza, mas eles precisam ser receitados por um médico bem no início, quando o paciente ainda está nos primeiros sintomas, que é o momento em que a medicação é mais eficaz. Isso reduz a janela de oportunidade para tratar as doenças, ao contrário dos antibióticos, por exemplo, no tratamento das doenças bacterianas.

No geral, o que é feito na maior parte dos casos é o acompanhamento do paciente com o controle dos sintomas, reduzindo os incômodos e evitando que a doença se agrave.

O médico indicou continuar o tratamento em casa, quais recomendações devo seguir para melhorar logo?

Isso é o mais comum em casos de doenças respiratórias. Em casa, o paciente deve observar os sintomas, perceber se a febre cede ou se você tem sintomas de gravidade, em especial a falta de ar, e se manter hidratado, até que os sintomas já não estejam mais presentes e possa seguir com a rotina normal.

De forma geral, é preciso que as pessoas se conscientizem sobre a importância de tratar as doenças de base, ou seja, resolver condições preexistentes, como asma, bronquite, enfisema, evitar o tabagismo, entre outras. Isso pode ser um fator determinante em caso de contaminação por uma dessas síndromes respiratórias em momentos de grande circulação dos vírus, como agora, por exemplo.

Autor: jornalista Etiene Egg / Edição: João Cavalcanti
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