No final de abril, o artista Guilherme Araújo, conhecido como Maizena, um dos contemplados no edital Movimenta Microprojetos, do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura (FMIC), finalizou um mural, em grafite, no Parque Amendoeiras. O foco do trabalho é a personalidade negra no protagonismo da cultura pop. O mural foi feito entre os dias 18 e 21 de abril e pode ser visitado na rua Turfa, 301, bairro Pedra Azul.
“O projeto Black Power fala de empoderamento e representatividade negra. Para isso, usei a cultura pop, do protagonismo negro. Para iniciar essa comunicação, por meio do grafite, trouxe o Homem-Aranha Negro”, destacou Maizena. “Homem-Aranha é um filme de grande sucesso, que também faz parte de animações, quadrinhos e da cultura em geral. Trata-se de um personagem que caiu no gosto das pessoas, de várias idades, um público variado. Também por isso que trouxe esse painel, que faz conexão com o ambiente da rua, urbano”, continuou.
O Homem-Aranha representado é Miles Gonzalo Morales, um personagem criado pelo roteirista Brian Michael Bendis e pela ilustradora Sara Pichelli. A primeira aparição de Miles foi nos quadrinhos, nos anos 2011, e pertence ao Universo Ultimate, da Marvel.
O Universo Ultimate, vale lembrar, é uma realidade que reinventou todas as origens e cronologias dos heróis e vilões da Marvel nos anos 2000, com intuito de conquistar novos públicos. Neste mundo, Peter Parker acaba morrendo em confronto com o Duende Verde e Miles Morales assume os grandes poderes e responsabilidades do heroi.
Nesta história, Miles é filho de pai afro-americano e mãe porto-riquenha, sendo um rapaz negro, de 13 anos e ascendência hispânica, nascido no Brooklyn. Os poderes são adquiridos quando, em visita ao tio Aaron, Miles é mordido por uma aranha geneticamente modificada que seu tio roubou da Oscorp.
Sobre a repercussão da arte no mural, Maizena afirmou que a repercussão tem sido bastante positiva. “Esse foi o primeiro painel feito nesse intuito e quem esteve presente gostou do trabalho, que terá sequência em breve. Representar o protagonismo negro reverbera um assunto muito discutido atualmente, que é legítimo”, finalizou.
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